Lançamento online – Livro “Contos Velozes”

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É com muita satisfação que o Contos da Fórmula 1 anuncia o início da venda online do livro “Contos Velozes”. Produzido por meio de uma parceria entre o jornalista Douglas Willians (autor deste blog) e o designer Bruno Mantovani, dos célebres Pilotoons, o livro “Contos Velozes” traz histórias emblemáticas da Fórmula 1. Com formato leve e linguagem direta, tem enfoque no público infanto-juvenil – mas é leitura para todas as idades.

A publicação acaba de sair do forno. Com 60 páginas, a obra reúne 13 das histórias relatadas neste blog. Organizada em ordem cronológica, o livro busca abraçar a Fórmula 1 desde o seu início, na década de 1950 (com Chico Landi), até os dias atuais (com Max Verstappen).

O valor da publicação é de R$ 50,00 (com frete incluso – postagem via Correios). Se tiver interesse em adquirir o livro, entre em contato conosco por meio das nossas redes sociais – Facebook, Twitter ou Instagram – ou pelo e-mail douglas.willians@gmail.com.

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Hungria-2020: tática rende último ponto para Magnussen

Kevin Magnussen (Haas) terminou em nono, mas punição fez com que caísse para o 10º lugar em Hungaroring
Kevin Magnussen (Haas) terminou em nono, mas punição fez com que caísse para o 10º

Por Denise Vilche*
Colaboradora

“Dá pra acreditar? Parece mais uma vitória para mim!”, gritava um extasiado Kevin Magnussen (Haas) no rádio da equipe após cruzar a linha de chegada no GP da Hungria, disputado no dia 19 de julho de 2020. Uma aposta logo na volta de apresentação colocou o dinamarquês no topo do pelotão. Apesar de ter um equipamento limitado em mãos, Magnussen resistiu aos carros de Ferrari e McLaren, cruzando a linha de chegada em nono e marcando seus primeiros pontos na temporada. A felicidade logo daria lugar à frustração, já que uma punição fez Kevin cair para o 10º lugar. Obra do destino, o desempenho em Hungaroring marcaria a conquista do 158º e último ponto da trajetória do dinamarquês na Fórmula 1.

Mesmo conquistando apenas um ponto, tanto K-Mag – como o piloto é apelidado – quanto a Haas tiveram motivos para comemorar em Hungaroring. A escuderia ianque havia iniciado 2020 envolta em diversos problemas. Nas duas primeiras etapas do Mundial, disputadas em Spielberg, os carros do time norte-americano tiveram um desempenho medíocre. No GP da Áustria, uma falha crônica nos freios tirou tanto Magnussen quanto Romain Grosjean da disputa. E na corrida seguinte, no GP da Estíria, nova decepção: os dois pilotos ficaram foram dos pontos.

Magnussen colheu fiascos nas duas provas disputadas em Spielberg: na Hungria, missão era ingrata
Magnussen colheu fiascos nas duas provas de Spielberg: na Hungria, missão era ingrata

Diante do começo nada promissor, Kevin chegava à Hungria sem muita esperança de um bom resultado. Mesmo assim, o início das atividades em Hungaroring despertou certo otimismo: no primeiro treino livre, o dinamarquês ficou em 12º, com 1m17s713. Já Grosjean, com 1m17s890, terminou em 14º. Lewis Hamilton (Mercedes) liderou a sessão, com 1m16s003, tendo Valtteri Bottas (Mercedes) em seus calcanhares – ficou em segundo, com 1m16s089. A chuva veio com força para o segundo treino livre e apenas 13 pilotos se arriscaram na pista e marcaram tempo. Magnussen optou por não treinar, enquanto Grosjean terminou em oitavo, com 1m43s335. Sebastian Vettel (Ferrari) fez o primeiro tempo, com 1m40s464, com Bottas novamente em segundo, com 1m40s736.

No sábado, nada de pista molhada. E, sem chuva, o dia seria um martírio para Magnussen e a Haas. O terceiro treino livre se mostrou decepcionante para Kevin, que terminou em 16º, com 1m17s086. Ele ficou atrás de Grosjean – o francês anotou 1m16s866 e ficou em 15º. A liderança da sessão ficou com a Mercedes – Bottas foi o primeiro, com 1m15s437, e Hamilton, o segundo, com 1m15s479. O terceiro treino livre serviu de base para o que aconteceria durante a classificação. Sem um bom desempenho da Haas, K-Mag foi eliminado no Q1 e teve que se contentar em largar em 16º, duas posições à frente de Grosjean, o 18º.

No qualifying, K-Mag sofreu e caiu logo no Q1: 16º no grid de Hungaroring
No qualifying, o dinamarquês sofreu e caiu logo no Q1: 16º no grid de Hungaroring

“Eu perdi a 15ª posição por uma pequena margem e isso poderia ter feito a diferença. Você sempre pode ficar imaginando hipóteses ou coisa parecida, mas no final, é isso mesmo, nós vamos largar em 16º e ver o que conseguimos fazer de lá”, disse o dinamarquês após a classificação. Na disputa pela pole position, Hamilton foi dominante. O britânico marcou sua 90ª pole na F1, com 1m13s447. Bottas ficou em segundo, com 1m13s554. Lance Stroll (Racing Point), Sergio Pérez (Racing Point) e Sebastian Vettel (Ferrari) completaram os cinco primeiros lugares no grid de Hungaroring.

Largada do molhado GP da Hungria de 2020. Detalhe nos carros da Haas na saída dos boxes
Largada do molhado GP da Hungria de 2020. Detalhe nos carros da Haas nos boxes

A corrida

A chuva prevista para o GP da Hungria de 2020 veio antes da corrida começar. No momento em que os carros alinharam na pista, já não chovia e a pista dava indícios de que começava a secar. Todos os pilotos calçaram compostos intermediários, com exceção de Kevin Magnussen (Haas), que preferiu sair com pneus de chuva. Vendo as condições da pista antes da largada, a equipe norte-americana começou a questionar seus pilotos quanto à escolha de pneus e se valia a pena já mudar para compostos de pista seca. Aposta feita, Magnussen e Romain Grosjean (Haas) foram para os boxes ainda na volta de apresentação e não alinharam no grid. Na largada, Lewis Hamilton (Mercedes) se manteve na ponta, seguido de Lance Stroll (Racing Point) e Max Verstappen (Red Bull). Magnussen completou a volta 1 em 19º, com Grosjean em 20º.

Com a pista secando rapidamente, os pilotos decidiram ir para os boxes na terceira volta. O objetivo era um só: sacar os intermediários para colocar pneus de pista seca. Quando todos fizeram suas paradas, na volta 5, Hamilton seguiu na liderança, com Verstappen em segundo. E foi nesse instante que a aposta pré-largada da Haas se materializou na pista: Magnussen assumiu o terceiro lugar, seguido por Grosjean. Um cenário inimaginável para a equipe ianque. Entretanto, a partir dali, os carros mais velozes iriam se aproximar – e a realidade viria à tona. Grosjean não segurou o ritmo da Racing Point de Stroll e acabou perdendo o quarto lugar na volta 7. Na 12, seria a vez de Valtteri Bottas (Mercedes) superar o francês. Tanto Stroll quanto Bottas passavam a ameaçar Magnussen. Kevin bem que lutou, mas não resistiu ao poderio de Lance e sua Racing Point, perdendo o terceiro lugar na volta 16. Na 17, Valtteri ultrapassou K-Mag, que caiu para o quinto lugar.

Estratégia colocou Magnussen em terceiro, atrás somente de Hamilton e Verstappen
Estratégia pôs Magnussen em terceiro, à frente de Stroll e atrás de Hamilton e Verstappen

Apesar do avanço dos adversários, os dois carros da Haas continuavam entre os seis primeiros colocados naquele momento – Hamilton continuava na liderança, seguido de Verstappen, Stroll, Bottas, Magnussen e Grosjean. Na metade da prova, enquanto Kevin se mantinha na quinta colocação, Romain perderia quatro posições, tendo problemas de desempenho após danificar o carro na disputa com Alexander Albon (Red Bull) pelo sexto lugar. O dinamarquês da Haas parou na volta 36 e voltou na oitava colocação, exatamente à frente de Albon. Na volta seguinte, o anglo-tailandês da Red Bull conseguiu a ultrapassagem e Magnussen caiu para o nono lugar. Ele ainda perderia mais uma posição para Sergio Pérez (Racing Point), caindo para 10º. Contudo, com as paradas de Daniel Ricciardo (Renault) e Carlos Sainz Jr. (McLaren), K-Mag foi promovido para o oitavo lugar.

Com pneus mais desgastados, o dinamarquês da Haas não conseguiu segurar Ricciardo, caindo para nono na volta 47. Apesar de não ter condições de acompanhar o australiano da Renault, Magnussen tinha uma confortável vantagem para Charles Leclerc (Ferrari) e Sainz. Em certos momentos, ela chegou a ser de 10 segundos. Na volta 60, o espanhol superou o monegasco, assumindo a 10ª posição. O piloto da McLaren ainda tentou se aproximar, mas Kevin cruzou a linha de chegada para marcar os primeiros pontos da Haas na temporada.

Kevin conseguiu uma boa vantagem sobre Sainz e Leclerc e cruzou a linha de chegada em nono
Kevin conseguiu boa vantagem sobre Sainz e Leclerc e cruzou a linha de chegada em nono

“Eu estou tão feliz. Foi uma excelente escolha da equipe ter me chamado para pneus de pista seca na volta de apresentação, muito forte em me dar a confiança de sair de pneus secos naquelas condições. Não foi fácil e foi muito arriscado, mas eles confiaram em mim e deu certo. Eventualmente eu era nono. Eu abri uma vantagem para a Ferrari – quem iria imaginar isso? – e eu consegui manter a McLaren longe. Isso mostra o bom carro que temos durante as corridas e prova o excelente trabalho que a equipe vem fazendo”, disse o dinamarquês depois da prova em Hungaroring.

Mas a felicidade logo foi substituída pela frustração. A Haas não se atentou que, ao conversar com os pilotos durante a volta de apresentação, estavam indo contra o regulamento, que não permite que a equipe dê qualquer ajuda aos pilotos durante esse período. Os dois pilotos acabaram sendo punidos com o acréscimo de 10 segundos em seus tempos. Para Grosjean, que terminou fora dos pontos, a punição não fez diferença, mas para Magnussen, que caiu para 10º, deixou um gosto amargo numa corrida impecável.

Pilotos da Haas foram punidos com 10s após a corrida: Magnussen caiu para 10º
Pilotos da Haas foram punidos com 10s após a corrida: Magnussen caiu para 10º

A vitória do GP da Hungria de 2020 ficou com Hamilton. O britânico sobrou no circuito húngaro. No final, ainda aproveitou e fez mais uma parada, fazendo a volta mais rápida e vencendo pela 86ª vez, além de igualar a marca de Michael Schumacher de maior vencedor absoluto em um mesmo grande prêmio – oito vitórias (o alemão venceu oito vezes o GP da França). Verstappen segurou Bottas e alcançou o segundo lugar, restando o terceiro posto para o finlandês. Com o resultado de Hungaroring, Hamilton assumiu a liderança do Mundial, com 63 pontos, com Bottas em segundo, com 58, e Verstappen em terceiro, com 33. Magnussen passou a figurar em 16º, com um ponto.

O ponto anotado em Hungaroring foi o 158º e último da trajetória de Magnussen na F1
O ponto anotado em Hungaroring foi o 158º e último da trajetória de Magnussen na F1
* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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Abu Dhabi-2019: Sainz arranca ponto e é top 6 do Mundial

Carlos Sainz Jr. conquistou precioso ponto na última volta de Yas Marina: top 6 do Mundial

Por Denise Vilche*
Colaboradora

Com o título já nas mãos de Lewis Hamilton (Mercedes), as atenções do GP de Abu Dhabi, realizado no dia 1º de dezembro de 2019, em Yas Marina, se voltaram para três pilotos: Carlos Sainz Jr. (McLaren), Pierre Gasly (Toro Rosso) e Alex Albon (Red Bull). O motivo: a disputa pelo sexto lugar no Mundial. Pode parecer pouco, mas numa temporada dominada por Mercedes, Ferrari e Red Bull, o que se esperava é que seus pilotos ocupassem as seis primeiras posições no campeonato. Mas apenas cinco deles estavam garantidos no top 6: Hamilton, Valtteri Bottas (Mercedes), Max Verstappen (Red Bull), Charles Leclerc (Ferrari) e Sebastian Vettel (Ferrari). Dentro dessa lógica, a sexta colocação seria ocupada por um dos pilotos da Red Bull, que começou a temporada com Gasly e terminou com Albon. Porém, essa troca permitiu a aproximação de Sainz na tabela. Na pista de Yas Marina, a disputa entre o trio durou até a última volta da corrida. No fim, o espanhol da McLaren obteve o ponto necessário para superar seus adversários diretos e garantir o sexto lugar no Mundial.

Abu Dhabi foi o palco definitivo de uma batalha que envolveu três jovens pilotos por um lugar entre os principais pilotos da Fórmula 1 em 2019. Gasly e Sainz desembarcaram no Oriente Médio com 95 pontos cada, enquanto Albon tinha 84 pontos. Para Pierre, que vinha de um excelente segundo lugar no GP do Brasil, em Interlagos, a disputa prometia ser acirrada. “É muito emocionante chegar na última corrida com algo em jogo no campeonato. Carlos (Sainz) e a McLaren têm sido rápidos o ano todo, consistentes. E vai ser nossa tarefa fazer um fim de semana perfeito e segurar o sexto lugar”.

Sainz e Gasly chegaram em Yas Marina com mais chance de terminar em sexto. Mas o melhor carro era de Albon
Sainz e Gasly chegaram em Yas Marina com mais pontos. Mas o melhor carro era de Albon

Já para Sainz, o top 6 seria a cereja do bolo, depois de fazer uma ótima temporada com a McLaren, equipe que havia confirmado o quarto lugar no Mundial de Construtores, graças ao terceiro posto do madrileno em Interlagos. “(O sexto lugar) é como se fosse um bônus. Você nunca espera estar brigando pelo top 6 estando no pelotão intermediário. Você espera lutar pelo sétimo lugar. E agora que nós temos a chance, queremos essa conquista’’. E, para Albon, a corrida serviria mais como experiência, já que, com 11 pontos a menos, suas chances eram menores. “Eu quero terminar este fim de semana com sucesso, esse é o objetivo. Eu fiz oito corridas na Red Bull e aprendi muito. Eu estou progredindo, mas estou perdendo para meu companheiro de equipe (Max Verstappen) e tentarei reduzir essa diferença”, avaliou o anglo-tailandês.

Os três estavam determinados a fazer o melhor em Yas Marina. No primeiro treino livre, Albon se saiu bem melhor do que seus rivais, terminando a sessão em quarto, com 1m38s084. Já Gasly e Sainz não foram bem, ficando somente na frente dos carros da Williams e de Daniel Ricciardo (Renault), que teve problemas no motor no meio do treino. Pierre terminou em 16º, com 1m40s401, contra 1m40s687 de Sainz, 17º na sessão. Valtteri Bottas (Mercedes) foi o mais veloz, com 1m36s957. Porém, o finlandês teve que trocar de motor e seria obrigado a largar do fim do grid. Max Verstappen (Red Bull) foi o segundo, com 1m37s492, seguido de Lewis Hamilton (Mercedes), que anotou 1m37s591. No segundo treino livre, Albon, Sainz e Gasly andaram mais próximos. O tailandês da Red Bull ainda foi o mais veloz do trio, terminando o treino em sexto, com 1m37s288. O francês da Toro Rosso foi o 10º, com 1m37s770, e o espanhol da McLaren ficou em 11º, fazendo 1m37s834. Bottas fez novamente o melhor tempo, mesmo se envolvendo em uma batida com Romain Grosjean (Haas). Hamilton, Charles Leclerc (Ferrari), Sebastian Vettel (Ferrari) e Verstappen completaram os cinco primeiros.

Assim como Albon, Sainz conseguiu levar a McLaren ao Q3; Gasly caiu no Q2
Assim como Albon, Sainz conseguiu levar a McLaren ao Q3; Gasly caiu no Q2

O sábado seria decisivo para a disputa pelo sexto lugar do Mundial. Aproveitando-se do potencial da Red Bull, Alexander Albon era nome certo na sessão decisiva do qualifying de Yas Marina. Já Carlos Sainz Jr. e Pierre Gasly iriam trabalhar muito para colocar McLaren e Toro Rosso, respectivamente, no Q3. Entretanto, o francês não cumpriu a missão, caindo no Q2. Com 1m37s089, Gasly teve que se contentar com o 12º lugar Por outro lado, Albon e Sainz alcançaram a sessão final de 2019. No Q3, o tailandês se deu
melhor e terminou em sexto, com 1m35s682. Já o espanhol foi o nono, com 1m36s459.

Na frente, Hamilton ficou com a pole position, com o tempo de 1m34s779. Bottas fez o segundo melhor tempo, mas, punido, largaria em último, dando a segunda posição para Verstappen. E todos os demais também ganhariam uma posição no grid. Com isso, Albon subiu para quinto, Sainz para oitavo e Gasly para 11º. No ponto de vista do espanhol, o resultado do qualifying foi decepcionante, já que vinha fazendo bons tempos durante as duas primeiras sessões. “Eu estou muito desapontado com o resultado de hoje (sábado), porque eu vinha forte no Q1 e Q2. Mas na minha volta de aquecimento no Q3 foi longe do ideal. Nós ficamos presos entre as Mercedes e a Ferrari, então eu não pude preparar bem a temperatura dos pneus e minha última tentativa foi comprometida. É uma pena, porque se eu igualasse minha volta no Q2, eu seria o sétimo”, lamentou.

Largada do GP de Abu Dhabi de 2019: Albon e Sainz mantiveram posições; Gasly caiu pro final do pelotão
Início em Yas Marina: Albon e Sainz fizeram boas largadas; Gasly caiu pro final do pelotão

A corrida

Domingo, 1º de dezembro de 2019. No último mês do ano, acontecia a derradeira etapa do Mundial. Yas Marina era palco de mais um GP de Abu Dhabi. Com a disputa pelo título definida, os pilotos estavam sem cobranças sobre os ombros. Bem, nem todos: Alexander Albon (Red Bull), Carlos Sainz Jr. (McLaren) e Pierre Gasly (Toro Rosso) estavam focados na disputa pelo sexto lugar. Na largada, Albon se manteve na quinta posição, enquanto Sainz ganhou uma posição e ascendeu para o sétimo lugar. Já Gasly teve uma primeira volta desastrosa: o francês tocou com Lance Stroll (Racing Point) e precisou ir aos boxes para trocar a asa dianteira de seu Toro Rosso. Com isso, caiu para o último lugar. Na frente, Lewis Hamilton (Mercedes) se manteve na liderança, seguido por Max Verstappen (Red Bull), Charles Leclerc (Ferrari) e Sebastian Vettel (Ferrari).

Enquanto Albon se mantinha no ritmo dos quatro primeiros colocados, Sainz passava a perseguir Lando Norris (McLaren). Entretanto, um problema nos sensores do circuito de Yas Marina impediu os pilotos de usar o DRS, mecanismo fundamental para as ultrapassagens na pista do Oriente Médio. Carlos teve que esperar até a oitava volta para ganhar a posição de Norris – o britânico foi aos boxes para fazer sua primeira parada. Contudo, naquele momento, o espanhol já estava a oito segundos do tailandês da Red Bull. Na volta 12, Sainz fez sua primeira parada, e retornou à pista em 15º. Albon parou na volta seguinte e voltou em sétimo.

Sainz duela com Norris: em Yas Marina, britânico esteve mais sólido
Sainz duela com Norris: em Yas Marina, britânico esteve mais sólido e terminou em oitavo

Na frente, Hamilton continuava na liderança, seguido de Verstappen e Leclerc. Os dois primeiros colocados só pararam nas voltas 25 e 26, com Lewis conservando a ponta e Max caindo para terceiro, atrás de Leclerc. Com pneus mais novos, o holandês da Red Bull superou o monegasco da Ferrari e recuperou o segundo lugar na volta 32. Vindo do fim do grid, Valtteri Bottas (Mercedes) fez sua única parada na volta 35. Assim, Vettel reassumiu o quarto lugar, e Albon recuperou a quinta posição. Naquele momento, Sainz ocupava a 11ª colocação, mas se aproximava de Nico Hulkenberg (Renault). Porém, na volta 43, a McLaren chamou o espanhol para um segundo pit stop. Ao voltar para a pista, Carlos estava num distante 14º lugar.

Para Sainz, o cenário parecia desolador. Ele precisava de pelo menos um ponto para garantir o sexto lugar no campeonato, já que Gasly estava longe da zona de pontuação e Albon precisava do quarto lugar – naquele instante, o tailandês era o quinto colocado. Apesar da tarefa difícil, as coisas começaram a melhorar para o espanhol já na volta 44,
quando Daniel Ricciardo (Renault) também parou nos boxes, dando uma posição para Carlos. Logo depois, o espanhol superou Kevin Magnussen (Haas) para assumir o 12º lugar. O próximo a ser ultrapassado foi Kimi Raikkonen (Alfa Romeo), na volta 46.

Sainz arranca no fim, supera Hulkenberg e conquista valioso ponto para levar top 6 do Mundial
Sainz arranca no fim, supera Hulkenberg e assegura top 6 do Mundial

A duas voltas para o fim, Vettel ultrapassou Albon, acabando de vez com as chances do anglo-tailandês na disputa. Em 11º, Carlos dependia dele mesmo. Mas a missão era ingrata. Ele precisava ultrapassar Hulkenberg. Mas havia pouco tempo. Na última volta, Sainz batalhou com afinco e ultrapassou Hulk, cruzando a linha de chegada em 10º e
conquistando o ponto que deu a ele o sexto lugar no Mundial de Pilotos. A conquista foi motivo de comemoração não só para a McLaren, mas também para Sainz, já que o
último piloto espanhol a conquistar o sexto lugar no campeonato foi Fernando Alonso, em 2014, quando fazia sua última temporada com a Ferrari. Essa também foi a melhor
posição final de Carlos na F1 até 2019 – antes, tinha o nono lugar de 2017 como melhor
resultado.

“Estou muito feliz! Nosso objetivo neste fim de semana era terminar em sexto no
Mundial de Pilotos e nós fizemos isso acontecer! Nós decidimos fazer duas
paradas, sabendo que isso ia me colocar em uma posição delicada para chegar no top
10, mas também sabendo que era minha única chance. Eu consegui alcançar o
(Nico) Hulkenberg no final e arranquei uma ultrapassagem na última volta. Foi uma manobra que eu nunca vou me esquecer. Estou muito feliz com minha temporada e extremamente grato a cada membro da equipe”, declarou o espanhol, que terminou a temporada com 96 pontos, contra 95 de Gasly e 92 de Albon. Na frente, Hamilton ficou com a vitória em Yas Marina, com Verstappen em segundo e Leclerc completando o pódio. Hamilton já tinha levado o título no GP dos Estados Unidos, em Austin, e fechou a temporada com 413 pontos. Bottas terminou em segundo, com 326, e Verstappen fechou em terceiro, com 278.

A turma de 2019: Hamilton conquistou o hexa, mas Sainz celebrou top 6 como um título
A turma de 2019: Hamilton conquistou o hexa, mas Sainz celebrou top 6 como um título
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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EUA-2019: Ricciardo segura McLaren e vai ao top 6 em Austin

Daniel Ricciardo conquistou um excelente sexto lugar no GP dos Estados Unidos de 2019

Daniel Ricciardo conquistou um excelente sexto lugar no GP dos Estados Unidos de 2019

Por Denise Vilche*
Colaboradora

Se houve alguém que se sentiu vencedor do GP dos Estados Unidos, disputado no dia 3 de novembro de 2019, em Austin, esse alguém foi Daniel Ricciardo (Renault). O australiano resistiu à forte pressão de Lando Norris (McLaren) e assegurou o sexto lugar na prova texana, atingindo o posto de ‘melhor do resto’ no Circuito das Américas. Ricciardo ficou atrás somente das duplas de Mercedes, Red Bull e Charles Leclerc (Ferrari) – Sebastian Vettel (Ferrari) abandonou com problemas na suspensão logo no início da corrida. A saída de Vettel tornou possível a sexta posição para Daniel. Porém, precisou lidar com a força de Norris e da McLaren no seletivo traçado ianque. No fim, foi premiado com o terceiro top 6 na temporada – os anteriores vieram no GP do Canadá, em Montreal, quando também foi sexto, e no GP da Itália, em Monza, quando obteve a quarta colocação, sua melhor corrida em 2019.

Com o sexto lugar na prova texana, o australiano saiu vitorioso de uma disputa particular contra Norris e Nico Hulkenberg (Renault) por um lugar entre os 10 primeiros do Mundial. Daniel havia desembarcado em Austin com 38 pontos, que lhe rendiam a 10ª posição no campeonato, contra 35 de Lando e Hulk. O top 6 na etapa norte-americana não somente manteve Ricciardo na frente do britânico e do alemão na tabela do campeonato, como também fez o piloto da Renault superar Sergio Pérez (Racing Point) e alcançar a nona colocação – Daniel subiu para 46 pontos, contra 44 do mexicano.

Daniel correu com um capacete especial do Texas Longhorns, da Universidade do Texas

Daniel correu com um capacete especial do Texas Longhorns, da Universidade do Texas

No primeiro treino livre, na sexta-feira, os pilotos enfrentaram dificuldades com a baixa temperatura em Austin. Além disso, os comissários estavam de olho nos pilotos que passavam do limite da pista, deletando os tempos de volta de muitos deles. Max Verstappen (Red Bull) fechou a sessão com o melhor tempo, fazendo 1m34s057. Sebastian Vettel (Ferrari) terminou em segundo, com 1m34s226, e Alexander Albon (Red Bull) em terceiro (1m34s316). Ricciardo obteve um ótimo quinto lugar, com 1m35s263, enquanto Hulkenberg foi apenas o 16º. Já no segundo treino livre, Lewis Hamilton (Mercedes) foi o mais veloz, com 1m33s232, contra 1m33s533 de Charles Leclerc (Ferrari). Verstappen terminou em terceiro, seguido de Vettel, Valtteri Bottas (Mercedes) e Albon. Daniel não conseguiu repetir o bom resultado do primeiro treino e terminou em 11º, com 1m34s924, mas ainda à frente de Hulkenberg, que fechou a sessão em 13º, com 1m34s988.

No sábado, durante a classificação, os dois pilotos da Renault travaram uma fratricida disputa durante o Q2. Ambos duelaram por uma vaga na sessão decisiva. Na última volta, Ricciardo tirou Hulkenberg do top 10 e ficou com um lugar no Q3, relegando Nico ao 11º lugar. Na definição do grid, Daniel arrancou o nono lugar, com 1m33s488, sendo superado pela dupla da McLaren, Carlos Sainz Jr. e Lando Norris. A pole position em Austin ficou com Bottas, que anotou 1m32s029. Vettel foi o segundo, com 1m32s041, a 0s012 do finlandês da Mercedes. Verstappen, Leclerc, Hamilton e Albon fecharam o top 6 do grid do GP dos Estados Unidos.

Ricciardo bateu Hulkenberg e avançou para o Q3 de Austin: nono lugar do grid

Ricciardo bateu Hulkenberg e avançou para o Q3 de Austin: nono lugar do grid

Ricciardo considerou satisfatório o desempenho no qualifying de Austin. “Nós tivemos algumas semanas difíceis em termos de classificação, nas quais eu não estava muito feliz comigo mesmo, mas hoje (sábado) foi bem melhor e eu tirei mais ou menos tudo do carro. Eu vou tentar amanhã (domingo). Eu vou com a faca nos dentes e vou tentar avançar”, declarou o australiano, que disse ainda que, apesar de não começar a corrida com os melhores pneus, tem a vantagem de largar do lado mais emborrachado da pista.

Largada do GP dos Estados Unidos de 2019, em Austin: Daniel saltou de nono para sexto

Largada do GP dos Estados Unidos de 2019, em Austin: Daniel saltou de nono para sexto

A corrida

Na véspera, Daniel Ricciardo (Renault) havia prometido atacar para subir na classificação do GP dos Estados Unidos de 2019. Saindo em nono no grid, o australiano estava determinado a fazer uma boa largada em Austin. E foi o que fez. Com o apagar das luzes vermelhas, Ricciardo superou Carlos Sainz Jr. (McLaren) e Alexander Albon (Red Bull), ascendendo para a sétima posição. Daniel se aproveitaria ainda dos problemas de Sebastian Vettel (Ferrari) nos primeiros metros da corrida para alcançar a sexta posição. O aussie poderia ter conquistado ainda mais posições, mas acabou sendo superado por Lando Norris (McLaren), que avançou para quinto. Valtteri Bottas (Mercedes) fez valer a pole position e completou a volta 1 em primeiro, seguido por Max Verstappen (Red Bull), Lewis Hamilton (Mercedes) e Charles Leclerc (Ferrari).

Norris, Ricciardo e Vettel formaram um pelotão na disputa pela quinta posição, até que, na volta 8, o alemão passou por uma elevação na área de escape que destruiu a suspensão dianteira de sua Ferrari. Seb foi obrigado a abandonar a corrida. Na mesma passagem, Daniel ultrapassou Lando e assumiu a quinta posição em Austin. As coisas pareciam conspirar a favor do australiano na pista. A partir dali, o foco passou a ser na estratégia de corrida da Renault para derrotar a McLaren, cujos carros seguiam à caça de Ricciardo. Sainz fez seu primeiro pit stop na volta 18. Na passagem seguinte, foi a vez de Norris ir para os boxes. Daniel fez sua parada na volta 21, conseguindo voltar em quinto, na frente da dupla da equipe de Woking.

Norris, Ricciardo e Vettel no pelotão do quinto lugar: Ricciardo se aproveitou da quebra do ferrarista

Norris, Ricciardo e Vettel no pelotão do quinto lugar: quebra do ferrarista abriu luta pelo top 6

Mas a Renault traçou uma tática distinta para Ricciardo. O australiano precisava abrir uma boa diferença, para não ser alcançado pelos rivais com pneus mais novos no final da corrida. Mas Daniel tinha mais uma preocupação: Alex Albon. O piloto da Red Bull teve um incidente no começo da corrida que o derrubou para a última posição. Mas o anglo-tailandês começou a se recuperar e na metade da prova já aparecia em oitavo – e bem perto de Sainz, Norris e Ricciardo. Albon ultrapassou Carlos na volta 31, subindo para sétimo. Quatro voltas depois, Alex superou Lando, assumindo a sexta colocação. A próxima vítima do piloto da Red Bull seria Ricciardo. Albon ultrapassou o australiano na volta 37, mas foi obrigado a fazer um novo pit stop na volta 40. Alex retornou à pista na nona posição, mas continuava sendo uma ameaça para a quinta posição de Daniel.

Na volta 42, Norris fez sua segunda parada, voltando em 10º. A McLaren decidiu fazer estratégias diferentes para os seus pilotos e manteve Sainz na pista. Com pneus desgastados, o espanhol não resistiu a Albon na volta 45. E, novamente, Alex se via atrás de Ricciardo. Na volta 48, o anglo-tailandês voltou a superar o piloto da Renault, que caiu para a sexta posição. A preocupação de Daniel naquele momento passava a ser o avanço de Norris, que já havia ultrapassado Sainz e ocupava a sétima posição. Lando rapidamente diminuiu a diferença para o australiano. O britânico bem que tentou, mas Ricciardo barrou qualquer investida do piloto da McLaren. No fim, terminou em sexto, 0s398 à frente de Norris.

Com pneus desgastados, australiano resistiu aos ataques de Norris e assegurou o sexto lugar

Com pneus desgastados, australiano resistiu aos ataques de Norris e assegurou o sexto lugar

O australiano deixou o cockpit da Renault e demonstrou satisfação com o resultado de Austin. “Nós tivemos muitas corridas divertidas esse ano e esta com certeza foi uma delas. Nós alcançamos o nosso objetivo de bater os dois carros da McLaren, isso foi bem legal. Foi uma corrida sólida e nós mostramos um bom ritmo. Eu gostei da disputa com o Lando (Norris), já que eu o ultrapassei e ele me passou de volta algumas vezes no começo, e depois me pressionou no final”, disse Daniel. Na frente, Hamilton não conseguiu segurar Bottas. Valtteri superou Lewis a cinco voltas da bandeirada e cruzou a linha de chegada em primeiro em Austin. Foi o sétimo triunfo do finlandês na Fórmula 1. O britânico ainda seria pressionado por Verstappen, que chegou a reduzir a vantagem de Hamilton para menos de um segundo nas últimas voltas. Contudo, o holandês teve que se contentar com o terceiro lugar em sua 100ª corrida na F1.

Lewis pouco se importou com o revés do GP dos Estados Unidos. Também pudera: com o resultado, o piloto da Mercedes assegurava matematicamente a conquista do hexacampeonato mundial. Hamilton colocava a taça de 2019 em seu cartel, juntando-a aos troféus de 2008, 2014, 2015, 2017 e 2018. Lewis superava o pentacampeonato de Juan Manuel Fangio, e se colocava atrás somente dos sete títulos de Michael Schumacher. Era o britânico entre os maiores vencedores da história da F1.

Enquanto Hamilton celebrava o hexa, Ricciardo mostrava satisfação com o bom resultado em Austin

Enquanto Hamilton celebrava o hexa, Ricciardo mostrava satisfação com o bom resultado em Austin

* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

Publicado em Austin, Carlos Sainz Jr., Daniel Ricciardo, Estados Unidos, Lando Norris, McLaren, Nico Hulkenberg, Renault | Publicar um comentário

México-2019: arquibancadas empurram Pérez para o 7º lugar

Sergio Pérez deu um show à parte em casa: top 7 encheu os mexicanos de orgulho

Por Denise Vilche*
Colaboradora

Sergio Pérez se tornou um dos principais ídolos do esporte mexicano no século 21. Na Fórmula 1 desde 2011, coube a Checo quebrar um jejum de 30 anos sem representantes do México na categoria máxima do automobilismo – antes dele, o último havia sido Héctor Rebaque, em 1981. O país havia vivido sua glória na F1 com Pedro Rodríguez, o dono das duas únicas vitórias astecas até o momento – nos GPs da África do Sul de 1967, em Kyalami, e da Bélgica de 1970, em Spa-Francorchamps. E Sergio reacendeu a chama de um novo triunfo mexicano na categoria. Ao longo de sua trajetória, Pérez não tem decepcionado – seus pódios na F1 o credenciam à conquista de uma vitória. Os mexicanos confiam em Checo. E o público que lotou o Autódromo Hermanos Rodríguez no dia 27 de outubro de 2019, para ver o herói local dar um show no GP do México, não ficou decepcionado. A bordo de seu Racing Point, Sergio segurou a Renault de Daniel Ricciardo e terminou a corrida na sétima posição pela terceira vez na temporada, em uma corrida que o mexicano classificou de “perfeita”.

O resultado no Hermanos Rodríguez ratificou a evolução do mexicano da Racing Point na segunda metade do campeonato. Pérez desembarcou na Cidade do México na nona posição do Mundial, com 37 pontos, 16 a mais que seu companheiro de equipe, Lance Stroll – o canadense era 15º, com 21 pontos. O objetivo de Checo em sua corrida caseira era o de alcançar o posto de ‘melhor do resto’, ficando atrás somente das duplas de Mercedes, Ferrari e Red Bull. Com essa meta em mente, Sergio partiu para os dois primeiros treinos livres do GP do México, na sexta-feira.

Checo saúda a torcida no Hermanos Rodríguez: objetivo do piloto da Racing Point era entregar um bom resultado aos fãs
Checo saúda a torcida: objetivo do piloto era entregar um bom resultado aos fãs

O primeiro treino livre não parecia promissor para Pérez. O mexicano anotou apenas o 17º tempo, com 1m19s717, ficando uma posição atrás de Stroll – seu companheiro de equipe, com o tempo de 1m19s679, assegurou a 16ª posição. Com a pista úmida e pouca aderência, a disputa pelas primeiras posições foi acirrada. No fim, Lewis Hamilton (Mercedes) levou a melhor, com 1m17s327, 0s119 à frente de Charles Leclerc (Ferrari), segundo com 1m17s446. Max Verstappen (Red Bull), Alexander Albon (Red Bull), Valtteri Bottas (Mercedes) e Sebastian Vettel (Ferrari) fecharam o top 6 do primeiro treino livre. Na segunda sessão, a Racing Point demonstrou uma leve evolução. Sergio conseguiu o 12º lugar, com 1m18s366. Entretanto, assim como no primeiro treino, o mexicano ficou atrás de Stroll, 11º com 1m18s362. O melhor tempo ficou com Vettel, com 1m16s607. Verstappen terminou em segundo, com 1m16s722, seguido de Leclerc, Bottas, Hamilton e Daniil Kvyat (Toro Rosso).

No sábado, a expectativa para a Racing Point era superar o Q2 e avançar para a fase decisiva do qualifying no Hermanos Rodríguez. Contudo, tanto Pérez quanto Stroll voltaram a encontrar dificuldades na pista mexicana. O canadense sequer conseguiu avançar para o Q2. Já Checo lutou muito. Todavia, acabou sendo superado por Pierre Gasly (Toro Rosso) por apenas 0s008, caindo no Q2 com 1m16s687, o suficiente para lhe garantir o 11º lugar na sessão. Na disputa decisiva do qualifying, Verstappen foi o mais veloz, com 1m14s758. Porém, sua volta acabou sendo desconsiderada, pois ignorou as bandeiras amarelas exibidas após o acidente de Bottas. Com isso, Max perdeu três posições no grid. Já a pole position sobrou com Leclerc, com 1m15s024, seguido por Vettel (1m15s170) e Hamilton (1m15s252). Verstappen, por sua vez, caiu para a quarta posição. Albon e Bottas fecharam o top 6 do grid do GP do México.

Largada do GP do México de 2019: Pérez se livrou de confusão e seguiu em 11º
Largada do GP do México de 2019: Pérez se livrou de confusão e seguiu em 11º

A corrida

Na largada, Charles Leclerc (Ferrari), o pole, se manteve na frente, trazendo Sebastian Vettel (Ferrari) em segundo. Na disputa pelo terceiro lugar, Lewis Hamilton (Mercedes) e Max Verstappen (Red Bull) se tocaram, com os dois pilotos saindo da pista. Com isso, Alexander Albon (Red Bull) assumiu o terceiro lugar, com Carlos Sainz Jr. (McLaren) em quarto e Hamilton caindo para quinto. A disputa por posições foi interrompida por um safety car virtual ainda na primeira volta, para retirar detritos deixados pelos carros após a largada. Naquele momento, Sergio Pérez (Racing Point) já havia se esquivado dos incidentes e seguia em 11º. Os pilotos foram liberados para a relargada na terceira volta. Pérez passou a perseguir Pierre Gasly (Toro Rosso), ultrapassando o francês na volta seguinte. O mexicano da Racing Point ainda ganharia mais uma posição na volta 5, quando Verstappen sofreu um furo no pneu ao disputar o sétimo lugar com Valtteri Bottas (Mercedes). Assim, Sergio subiu para nono.

A próxima vítima de Checo seria Daniil Kvyat (Toro Rosso). O asteca conseguiu tomar o oitavo lugar do russo na 10ª volta, para delírio da torcida mexicana. Na volta 12, Pérez contou com o pit stop de Lando Norris (McLaren) para alcançar a sétima posição. O ingresso do mexicano no top 6 do GP do México ocorreu na volta 15, graças à parada de Sainz. Naquele momento, Sergio estava atrás somente de Leclerc, Vettel, Hamilton, Bottas e Albon. O piloto da casa fez sua parada na volta 20, voltando na 10ª colocação, mas logo ganhou duas posições: uma, ao ultrapassar Kvyat; a outra, devido à parada de Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo). Além disso, tinha Lance Stroll (Racing Point) e Daniel Ricciardo (Renault) à sua frente, mas o canadense e o australiano ainda não tinham realizado suas paradas.

Estratégia da Racing Point para Pérez era de um pit stop: tática foi fundamental para a ascensão na corrida
Estratégia da Racing Point para Pérez era de um pit stop: tática fundamental para o resultado

Na volta 38, Stroll foi para os boxes, o que colocou Pérez em sétimo. Entretanto, na 42, o mexicano acabou sendo ultrapassado por Verstappen, que vinha fazendo prova de recuperação após os problemas no início da corrida. Sergio só recuperou a sétima colocação com a parada de Ricciardo na volta 50. O australiano estendeu ao máximo sua presença na pista, para que pudesse ter pneus novos e macios para atacar Checo por um lugar no top 7. Com pneus usados por 30 voltas, Pérez teria que segurar Ricciardo, que voltou a menos de 2 segundos do piloto da Racing Point. Na volta 61, a 10 do fim, a diferença caiu para menos de meio segundo e Daniel tentou a ultrapassagem. O piloto da Renault acabou perdendo o ponto de freada e saiu da pista, dando um pouco de descanso para Sergio.

Na frente, enquanto Hamilton tinha uma vantagem de mais de 2 segundos para Vettel, o segundo colocado, o piloto da Ferrari era atacado por Bottas. Mas o finlandês acabou se acomodando no terceiro lugar. Seb ainda tentou se aproximar de Lewis, mas o britânico cruzou a linha de chegada com 1s5 de vantagem sobre o alemão. Já no duelo pelo sétimo lugar, Ricciardo voltou a se aproximar de Pérez. A diferença entre eles chegou a cair para meio segundo faltando 3 voltas para o fim. O piloto da Renault bem que tentou, mas não conseguiu ultrapassar o rival da Racing Point, que, com garra, assegurou a sétima posição do GP do México. “Foi como uma vitória para nós. Este é um dia fantástico para mim e para a equipe. Eu acredito que essa corrida foi perfeita. É especial marcar pontos em sua corrida em casa, na frente dos fãs, que me deram tanto apoio nesta semana”, declarou o mexicano, que agradeceu à equipe pelo desempenho do carro e exaltou sua luta contra Ricciardo no final da corrida.

Checo considerou 'uma vitória' a conquista do sétimo lugar na etapa mexicana
Checo considerou ‘uma vitória’ a conquista do sétimo lugar na etapa mexicana

Com o resultado, Perez passou a ser o nono colocado no campeonato, com 43 pontos, cinco a mais do que Ricciardo (38). Apesar do bom resultado, Sergio dificilmente vai igualar neste ano um feito de Pedro Rodriguez: o de melhor mexicano ranqueado numa classificação final de campeonato. Pedro, que junto com seu irmão Ricardo dá nome ao circuito que recebe o GP do México, terminou em sexto nas temporadas de 1967 e 1968. Por sua vez, Checo finalizou em sétimo em duas oportunidades: 2016 e 2017. Neste momento, ele está a 34 pontos de Pierre Gasly, atual sexto colocado com 77 pontos. Já na luta pelo título, Hamilton continuou na liderança após a etapa mexicana, com 363 pontos, seguido de Bottas, com 289, e Leclerc, com 236.

Checo subiu para 43 pontos no Mundial de Pilotos, assumindo a nona posição do campeonato
Checo subiu para 43 pontos, assumindo a nona posição no Mundial de Pilotos
* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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Japão-2019: Sainz ‘segura’ Ferrari e Red Bull e é top 5

Sainz segura Albon em Suzuka: espanhol encarou rivais da Red Bull e da Ferrari em Suzuka

Sainz segura Albon em Suzuka: espanhol encarou rivais da Red Bull e da Ferrari no GP do Japão

Por Denise Vilche*
Colaboradora

A Mercedes pode até ter subido no degrau mais alto do pódio, mas quem teve
motivos para comemorar o resultado do GP do Japão, realizado no dia 13 de outubro
de 2019, foi a McLaren e seu piloto Carlos Sainz Jr.. O espanhol andou no ritmo dos carros de Ferrari e Red Bull, e foi premiado com a conquista de um excelente quinto lugar em Suzuka. O resultado na etapa japonesa colocou Sainz entre os seis melhores do Mundial. Além disso, o top 5 ratificou uma boa recuperação de Carlos no campeonato – ele já vinha de um ótimo sexto lugar no GP da Rússia, em Sochi, duas semanas antes.

A McLaren desembarcou no Japão tendo seus dois pilotos em situações bem distintas no Mundial. Enquanto Lando Norris ocupava o nono lugar, com 35 pontos, Carlos estava em sétimo, com 66 pontos. Ele brigava com Pierre Gasly pelo sexto lugar no campeonato – o francês da Toro Rosso tinha 69 pontos, apenas três a mais que o espanhol da McLaren. E o fim de semana em Suzuka tinha um ingrediente que poderia atrapalhar o desempenho de pilotos e equipes: a chegada de um tufão, prevista para o sábado, ameaçava a realização do qualifying. Assim, a sexta-feira de treinos livres seria mais importante do que em outras ocasiões.

Sainz, ao lado de Charles Leclerc: pilotos estavam cientes de que um tufão atrapalharia o fim de semana

Sainz, ao lado de Charles Leclerc: pilotos estavam cientes de que um tufão atrapalharia o fim de semana

A sexta parecia que não ia começar bem para Carlos, que teve um problema em seu carro logo na saída dos boxes no primeiro treino livre. A McLaren conseguiu resolver a pane com celeridade, e o madrileno marcou o sétimo melhor tempo, com 1m30s702, três posições à frente de Norris, 10º com 1m31s001. A liderança ficou com as Mercedes: Valtteri Bottas foi o mais veloz, com 1m28s731, enquanto Lewis Hamilton foi o segundo, com 1m28s807.

Com a previsão do tufão, o segundo treino livre passou a ter um maior valor em Suzuka. Caso não houvesse condições de realizar o qualifying nem no sábado, nem no domingo de manhã, o grid seria definido com o resultado da sessão. A Mercedes voltou a dominar as ações. Bottas foi novamente o primeiro, com 1m27s785, contra 1m27s885 de Hamilton. Novamente, Sainz teve um bom desempenho e terminou em sétimo, com 1m29s051. E, mais uma vez, à frente de Norris, 10º, com 1m29s358.

Carlos em ação em Suzuka: no qualifying, espanhol conquistou um bom sétimo lugar no grid

Carlos em ação em Suzuka: no qualifying, espanhol conquistou um bom sétimo lugar no grid

A meteorologia japonesa acabou sendo certeira, e o tufão deu as caras em Suzuka no sábado. Com isso, o terceiro treino livre foi cancelado e o qualifying acabou sendo adiado para domingo de manhã, horas antes da realização do GP do Japão. Apesar do vento, o céu estava limpo em Suzuka para o qualifying, para alívio de pilotos e escuderias. Na McLaren, Sainz queria manter a supremacia sobre Norris. Entretanto, nas duas primeiras fase do quali, Lando andou na frente de Carlos. Mas na hora de decidir a posição final no grid de largada, o espanhol levou a melhor sobre o britânico: com 1m28s304, ficou em sétimo, 0s160 à frente do companheiro, oitavo com 1m28s464.

Apesar de feliz com o resultado, Carlos saiu do cockpit com a sensação de que a McLaren poderia ter rendido mais. “Minha sensação no carro começou a melhorar durante a classificação. E uma volta muito forte na última tentativa me levou a terminar em sétimo, o melhor do resto. Não foi tão fácil, já que tivemos problemas com as baterias. Quanto mais velhas elas ficam, menos energia elas são capazes de recuperar do MGU-K, então nossos dados mostram que isso me custou um pouco de tempo, por volta de dois décimos”, avaliou. Na frente, Sebastian Vettel (Ferrari) tirou a pole das mãos da Mercedes, fazendo 1m27s064. Charles Leclerc (Ferrari) completou a dobradinha de Maranello na primeira fila, com 1m27s253. Valtteri Bottas (Mercedes), Lewis Hamilton (Mercedes), Max Verstappen (Red Bull) e Alexander Albon (Red Bull) completaram o top 6 do grid do GP do Japão.

Horas depois do qualifying, acontecia a largada do GP do Japão de 2019, em Suzuka

Horas depois do qualifying, acontecia a largada do GP do Japão de 2019, em Suzuka

A corrida

Se o qualifying trouxe um atrativo inusitado ao domingo, o mesmo não pôde ser dito sobre o GP do Japão. Em Suzuka, a prova foi mais monótona do que o esperado. Seu início até chegou a ser animado. Na largada, Valtteri Bottas (Mercedes) saltou de terceiro para a ponta, superando o pole position Sebastian Vettel (Ferrari), que caiu para segundo. Atrás do finlandês e do alemão, Max Verstappen (Red Bull) e Charles Leclerc (Ferrari) se tocaram e o holandês acabou rodando, caindo para o 18º lugar. O monegasco seguiu em terceiro, seguido por Lewis Hamilton (Mercedes), o quarto. Já Carlos Sainz Jr. (McLaren) fez uma excelente largada, subindo para quinto após contar com a rodada de Verstappen e superar Alexander Albon (Red Bull).

Sainz ainda ganharia mais uma posição no início. Na volta 3, Leclerc foi para os boxes para trocar a asa dianteira que foi danificada no toque com Verstappen. Assim, Carlos ascendeu para a quarta colocação, atrás somente de Bottas, Vettel e Hamilton. Com o passar das voltas, o espanhol passou a ser perseguido por Albon, que se mantinha a menos de um segundo do piloto da McLaren. O anglo-tailandês tentou, mas não fez a ultrapassagem até realizar sua parada nos boxes, na volta 15. Assim como Albon, grande parte dos pilotos apostaram na estratégia de dois pit stops. Entretanto, Carlos resolveu fazer apenas uma, na volta 26, voltando à pista em quinto – e já atrás do piloto da Red Bull.

Sainz andando à frente de Albon: piloto da McLaren só estava atrás de Ferrari e Hamilton
Sainz andando à frente de Albon: piloto da McLaren só estava atrás de Ferrari e Hamilton

Na volta 34, Albon realizou sua segunda parada. Como havia construído uma confortável vantagem, conseguiu se manter em quarto, à frente de Sainz. A quinta posição parecia o limite para o espanhol. Contudo, ele precisaria se preocupar ainda com uma investida de Leclerc, que fazia prova de recuperação e havia adotado uma tática de três paradas. A estratégia colocou o monegasco em sexto. Porém, ainda que tivesse pneus novos, não conseguiu tirar a quinta colocação de Carlos, que celebrou mais um top 5 para a sua galeria. “De verdade, foi um dia perfeito”, declarou o espanhol, que ainda elogiou o ritmo da McLaren. “Quando o (Alex) Albon e o (Charles) Leclerc pararam, um na minha frente e um atrás de mim, me mantive no ritmo deles. Foi provavelmente a melhor surpresa do ano para mim e para a equipe. Conseguir essa vantagem e igualar o ritmo do Leclerc e do Albon por aquelas voltas foi muito especial”.

Na frente, Hamilton buscava tirar o segundo lugar de Vettel, com os dois pilotos brigando por várias voltas, mas, no final, Seb acabou derrotando Lewis. Bottas não foi ameaçado pelos multicampeões e ficou com a vitória do GP do Japão de 2019. Foi a terceira vitória do finlandês na temporada, a sexta na carreira. Vettel chegou em segundo, com Hamilton completando o pódio. Na briga pelo campeonato, Hamilton continuou na liderança, com 338 pontos. Bottas seguiu em segundo, com 274, e Leclerc em terceiro, com 223 pontos.

No fim, Sainz se viu atrás de Albon, mas à frente de Leclerc: mais um top 5 para o espanhol
No fim, Sainz se viu atrás de Albon, mas à frente de Leclerc: mais um top 5 para o espanhol

Já para Carlos Sainz, o resultado de Suzuka não poderia ter sido melhor. Com o quinto lugar, o espanhol passou à sexta colocação no campeonato, com 76 pontos, um à frente de Pierre Gasly (Toro Rosso). Para a McLaren, a corrida significou abrir 43 pontos de vantagem em relação à Renault, que foi desclassificada da corrida por uso ilegal de um sistema de freios – a equipe francesa tinha terminado a corrida com seus dois pilotos na zona de pontuação.

Com o resultado de Suzuka, Sainz assumiu a sexta posição no Mundial de Pilotos, com 76 pontos
Com o resultado de Suzuka, Sainz assumiu a sexta posição no Mundial, com 76 pontos
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Rússia-2019: Pérez alcança um bom 7º lugar em Sochi

Pérez supera Verstappen e Hulkenberg: início forte ajudou no bom resultado

Pérez supera Verstappen e Hulkenberg: início forte ajudou no bom resultado em Sochi

Por Denise Vilche*
Colaboradora

Sergio Pérez e a Racing Point estiveram em plena sintonia no GP da Rússia de 2019, realizado no dia 29 de setembro, em Sochi. Uma ótima largada e um bom gerenciamento de corrida foram os ingredientes que fizeram o mexicano sair do 11º lugar no grid para alcançar a sétima colocação na etapa russa. Ganhar quatro colocações poderia significar  pouco. Entretanto, foi um grande avanço para Checo, que não havia pontuado em 10 das 16 corridas disputadas até então no Mundial. Pérez chegava à Rússia em 14º no campeonato, com 27 pontos, enquanto Lance Stroll, seu companheiro de Racing Point, figurava em 15º, com 19. Em Sochi, a meta de Sergio era avançar na classificação contra pilotos como Lando Norris (McLaren) e Kimi Raikkonen (Alfa Romeo), que estavam empatados com 31 pontos.

No primeiro treino livre no circuito russo, Pérez chegou a sair da pista, mas fez o nono tempo, com 1m36s321. Checo terminou à frente de Stroll, o 14º na sessão. A liderança do treino ficou com Charles Leclerc (Ferrari), com 1m34s462. O aparente domínio da Ferrari acabou logo no segundo treino livre: Max Verstappen (Red Bull) foi o mais veloz, com 1m33s162. Leclerc, com 1m33s497, acabou em segundo. Valtteri Bottas (Mercedes), Lewis Hamilton (Mercedes) e Sebastian Vettel (Ferrari) completaram o top 5. Já Perez melhorou sua posição em relação ao primeiro treino e terminou a sessão com o
sétimo tempo, com 1m34s998. O latino ficou duas posições à frente de Stroll, nono com 1m35s176.

Checo não teve um bom rendimento no sábado: 12º tempo e eliminação no Q2 da prova russa

Checo não teve um bom rendimento no sábado: 12º tempo e eliminação no Q2 da prova russa

Se a Racing Point vinha mostrando um bom desempenho na sexta, o mesmo não aconteceu no sábado. Tanto Sergio quanto Lance passaram para o Q2 em Sochi. Porém, ambos não avançaram para a sessão decisiva do qualifying. Stroll foi apenas o
15º. Já Pérez, com 1m33s958, garantiu um tímido 12º lugar. Checo aceitou a culpa pelo
erro que o levou a ficar de fora do Q3. “Deveríamos estar no Q3, mas, ao entrar na
curva 7, acertei a zebra com mais força do que deveria e perdi algum tempo lá. Foi por
muito, muito pouco e é uma pena, mas estou muito otimista para amanhã (domingo). Temos um carro rápido e acho que temos uma boa oportunidade de marcar pontos”, disse o mexicano após a classificação.

A pole position do GP da Rússia de 2019 ficou com Leclerc. Foi a sexta do monegasco na temporada. Charles anotou 1m31s628, quase meio segundo mais veloz do que Hamilton, que, com o tempo de 1m32s030, assegurou o segundo lugar. Vettel, Verstappen, Bottas e Carlos Sainz Jr. (McLaren) completaram os seis primeiros lugares do grid de Sochi.

Largada do GP da Rússia de 2019, em Sochi: Pérez ganhou quatro posições na volta 1

Largada do GP da Rússia de 2019, em Sochi: Pérez ganhou quatro posições na volta 1

A corrida

Um domingo ensolarado em Sochi emoldurou a disputa do GP da Rússia, em Sochi. Em 11º no grid devido à punição dada a Pierre Gasly (Toro Rosso), Sergio Pérez (Racing Point) sabia que largar bem seria fundamental para suas pretensões de pontuar na etapa russa. Com esse espírito, o mexicano partiu com tudo assim que as luzes vermelhas foram apagadas. Checo teve uma largada brilhante, ultrapassando Romain Grosjean (Haas), Daniel Ricciardo (Renault) Max Verstappen (Red Bull) e Nico Hulkenberg (Renault). Assim, completou a volta 1 em sétimo. Na frente, Sebastian Vettel (Ferrari) tomou a liderança do pole Charles Leclerc (Ferrari), enquanto Lewis Hamilton (Mercedes) era atacado por Carlos Sainz Jr. (McLaren), mas sustentou a terceira posição.

Os pilotos nem tiveram a chance de completar a primeira volta, pois o safety car foi acionado após um acidente que envolveu Grosjean, Ricciardo e Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo). A corrida recomeçou na volta 4, com Pérez sendo pressionado por Verstappen. Quatro voltas depois, o holandês da Red Bull tomou a sétima posição do mexicano da Racing Point. Depois de cair para oitavo, Checo passou a ser ameaçado por
Hulkenberg. A pressão do alemão da Renault surtiu efeito na volta 14, quando derrubou Sergio para a nona posição. O latino recuperaria o oitavo lugar na volta 17, quando Hulk fez sua primeira parada nos boxes.

Mexicano parou nos boxes na volta 24 e retornou à pista atrás da dupla da McLaren

Mexicano parou nos boxes na volta 24 e retornou à pista atrás da dupla da McLaren

Pérez parou na volta 24, retornando à pista em 13º, atrás de Sainz e Lando Norris (McLaren). Enquanto isso, na disputa pela liderança, a expectativa era para ver como a Ferrari resolveria o problema com seus dois pilotos. A ideia era Leclerc ajudar Vettel com o vácuo na largada. Porém, Charles deveria seguir em primeiro, com Seb em segundo. O alemão acabou se aproveitando da vantagem e ultrapassou o monegasco, abrindo mais de 3 segundos de vantagem, mesmo tendo recebido a ordem da equipe na quarta volta para deixar seu companheiro passar. O primeiro a fazer sua parada foi Leclerc, na volta 22, voltando em quarto. Na 26, foi a vez de Vettel fazer sua parada. O alemão voltou atrás do monegasco, mas um problema no motor fez Seb abandonar a prova duas voltas depois, provocando um safety car virtual.

Com essa intervenção, os demais pilotos aproveitaram para fazer suas paradas. Quem acabou sendo beneficiado com o VSC foi Hamilton, que parou nos boxes e conseguiu se
manter na frente, seguido de Leclerc e Valtteri Bottas (Mercedes). O safety car virtual virou um safety car efetivo quando George Russell (Williams) teve que abandonar com um problema no carro. Leclerc se aproveitou do SC para fazer um novo pit stop, calçando pneus mais novos com o objetivo de alcançar os carros da Mercedes. Assim, Hamilton
se mantinha na liderança, seguido de Bottas, Leclerc, Verstappen, Sainz, Kevin Magnussen (Haas), Norris e Pérez, que ascendia para a oitava colocação.

Pérez ultrapassou Magnussen e assegurou a sétima colocação no GP da Rússia

Pérez ultrapassou Magnussen e assegurou a sétima colocação no GP da Rússia

Na relargada, na volta 33, Alexander Albon (Red Bull), que estava em 10º, conseguiu ultrapassar Stroll e Pérez, assumindo o oitavo lugar. Na 35, Checo recuperou a oitava posição ao superar Norris. Nove voltas depois, o mexicano ultrapassou Magnussen e
assumiu a sétima colocação. A partir dali, Sergio não tinha mais como avançar na classificação, apenas administrava o top 7. Na frente dele, somente Hamilton, Bottas, Leclerc, Verstappen, Sainz e Albon.

No fim, a vitória do GP da Rússia de 2019 ficou com Hamilton. Foi o 82º triunfo do britânico na F1. Bottas terminou em segundo, e Leclerc completou o pódio. Com uma boa vantagem para Magnussen, Pérez conquistou o sétimo lugar, repetindo o bom resultado que teve no GP da Itália, em Monza.

Com o top 7 de Sochi, Pérez alcançou o 12º lugar do Mundial, com 33 pontos

Com o top 7 de Sochi, Pérez alcançou o 12º lugar do Mundial, com 33 pontos

“Eu estou muito satisfeito em como nós maximizamos o resultado. Eu acredito que essa foi uma das minhas melhores corridas. Ótima largada, ótimo gerenciamento durante os stints, sabendo quando brigar e quando não e isso fez uma enorme diferença. Nós fomos simplesmente perfeitos”, declarou o mexicano após a corrida, que o fez subir para o 12º lugar no Mundial, com 33 pontos – empatado com Daniil Kvyat (Toro Rosso). Hamilton ampliou sua liderança, com 322 pontos, seguido de Bottas, com 249, e Leclerc, com 215.

* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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Estíria-2020: Norris emplaca quinto lugar nos últimos metros

Lando Norris voltou a dar show em Spielberg: após primeiro pódio, britânico conquistou ótimo top 5

Lando Norris voltou a dar show em Spielberg: após primeiro pódio, britânico conquistou ótimo top 5

Por Denise Vilche*
Colaboradora

É bem verdade que Lando Norris (McLaren) iniciou com o pé direito a temporada de 2020 – o britânico conquistou seu primeiro pódio na Fórmula 1 ao terminar em terceiro no GP da Áustria, em Spielberg. Uma semana depois do feito, no dia 12 de julho, Norris voltaria ao circuito austríaco para a disputa do GP da Estíria. A rodada dupla na Áustria foi a alternativa encontrada pela categoria para realizar o Mundial com o máximo de segurança sanitária, em razão da pandemia do novo coronavírus. O inglês se aproveitou do ‘fator Spielberg’ para realizar mais uma impressionante apresentação. Nem mesmo as fortes dores no tórax e a punição que o fez largar em nono abateram Lando, que soube poupar pneus durante a corrida e, na hora decisiva, ultrapassou três pilotos nas duas últimas voltas para assegurar um ótimo quinto lugar. A exibição levou o jovem piloto a afirmar que aquela foi a “melhor corrida da carreira”. 

O top 5 na Estíria colocou Norris em terceiro lugar no Mundial de Pilotos, com 26 pontos, atrás somente da hegemônica dupla da Mercedes – Valtteri Bottas deixou Spielberg com 43 pontos, contra 37 de Lewis Hamilton. A boa posição na tabela do campeonato refletia a evolução do britânico, que passou o ano de 2019, sua temporada de estreia na F1, sendo comparado com seu companheiro de McLaren, Carlos Sainz Jr.. Depois de passar o intervalo entre temporadas analisando seus pontos fracos e buscando formas de melhorar, Lando colheu os frutos de seu esforço com um pódio logo na primeira etapa do campeonato.

Com 26 pontos nas duas primeiras provas, Norris deixou Spielberg atrás somente de Bottas e Hamilton

Com 26 pontos nas duas primeiras etapas, Norris deixou Spielberg atrás apenas de Bottas e Hamilton

Norris estava embalado com o terceiro lugar, mas começou o primeiro treino livre para o GP da Estíria com dificuldades. Uma dor no tórax, que era agravada principalmente nas curvas de alta do circuito, atrapalhou o desempenho do piloto, que chegou a declarar que tinha medo de frear mais fundo em algumas curvas por conta da pressão que sentia no peito. Era o resultado de ter ficado mais de quatro meses sem pilotar um F1. Com isso, o britânico da McLaren terminou o treino apenas em 14º, com 1m05s908, enquanto Sainz, com 1m05s602, terminou em sétimo. Para piorar, Lando seria penalizado com a perda de 3 posições no grid depois de ter ultrapassado carros de adversários em trecho sob bandeira amarela. A sessão foi dominada por Sergio Perez, que colocou a Racing Point no topo da classificação, com 1m04s867, apenas 0s096 de Max Verstappen (Red Bull), o segundo.

Sem tempo para se recuperar, Norris acabou sendo poupado das atividades mais intensas no segundo treino livre, dando menos voltas do que os demais. Não era um cenário ideal, já que a ameaça de chuva para o sábado poderia fazer com que o resultado dessa sessão valesse para o grid de largada. Lando terminou em oitavo, com 1m04s541, contra 1m04s333 de Sainz, o quinto. A sessão foi liderada por Verstappen, com 1m03s660, 0s043 à frente de Valtteri Bottas (Mercedes).

Sob chuva, Lando conseguiu um lugar no Q3, mas não passou da sexta posição

Sob chuva, Lando conseguiu um lugar no Q3, mas não passou da sexta posição

Como esperado, a chuva veio com força no sábado, fazendo com que o terceiro treino livre fosse cancelado. A expectativa era para a realização do qualifying, mas a direção do GP da Estíria foi extremamente cautelosa. Depois de 45 minutos, a chuva deu uma trégua e o Q1 finalmente pôde começar. Sem perder tempo, todos os carros foram para a pista, já que a chuva mudava rapidamente de intensidade. Depois de muitas alternâncias na liderança do Q1, a sessão foi interrompida por uma bandeira vermelha em seus momentos finais – Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) bateu e tentou voltar para os boxes, mas não teve sucesso. Com isso, Lewis Hamilton (Mercedes) terminou com o melhor tempo, com Max Verstappen (Red Bull) em segundo. Norris e Sainz vieram em terceiro e quarto, respectivamente, mostrando um ótimo desempenho da McLaren. A surpresa ficou por conta de Sergio Perez (Racing Point), que, depois de andar bem na sexta, acabou em 17º.

A chuva voltou forte para o Q2 e novamente Hamilton fez o melhor tempo, seguido por
Verstappen. Já Norris manteve o ritmo e terminou a sessão mais uma vez em
terceiro. A disputa mais acirrada, no entanto, foi protagonizada pela Ferrari, com seus dois
pilotos brigando para ver quem ficava com a última vaga no Q3. Sebastian Vettel venceu a
disputa, terminando em 10º, deixando Charles Leclerc em 11º. O monegasco ainda seria punido e largaria em 14º, dando seu lugar para George Russell (Williams), que pela primeira vez na carreira havia passado para o Q2.

Norris foi punido com a perda de três posições no grid: assim, largaria em nono

Norris foi punido com a perda de três posições no grid: assim, largaria em nono

No Q3, Lando errou em sua última tentativa e terminou em sexto, com 1m20s925. Entretanto, como havia sido punido na sexta, seria obrigado a largar da nona posição do grid. “Quando você sabe de fato que deveria ter ido melhor, é tão frustrante. Claro que estou feliz com o 6º lugar, é melhor do que quase todos os meus resultados anteriores, mas com a punição de três posições, seria melhor estar onde o Carlos está e aí perder as posições para largar onde eu me classifiquei”, disse o piloto, que treinou sob efeito de analgésicos. Sainz, por sua vez, terminou em terceiro – sua melhor posição de largada desde o seu início na F1 -, com 1m20s671.

Já na disputa pela pole do GP da Estíria, ainda debaixo de muita chuva, Hamilton e Verstappen batalharam até o final. O piloto da Red Bull rodou quando fazia sua última tentativa. Já Hamilton anotou a volta perfeita. Com 1m19s273, marcou a sua 89ª pole position, terminando 1s216 à frente do holandês, segundo com 1m20s489.

Largada do GP da Estíria de 2020: Lando se manteve em nono, se livrando da confusão da Ferrari

Largada do GP da Estíria de 2020: Lando se manteve em nono e se livrou da confusão da Ferrari

A corrida

A largada do GP da Estíria de 2020, em Spielberg, foi tão intensa quanto conturbada. Lewis Hamilton (Mercedes), o pole, se manteve na frente. Max Verstappen (Red Bull) e Carlos Sainz Jr. (McLaren) disputaram o segundo lugar, com o holandês levando a melhor sobre o espanhol. Alexander Albon (Red Bull) ultrapassou Esteban Ocon (Renault) para assumir a quinta posição. Já Lando Norris (McLaren), que largava em nono, seguiu na mesma posição. Atrás das disputas pelas primeiras posições, veio um lance catastrófico protagonizado pela Ferrari: Charles Leclerc acertou a traseira de Sebastian Vettel ainda na curva 3. O monegasco quebrou a asa traseira do alemão, que foi obrigado a abandonar. Leclerc teve a asa dianteira avariada e foi aos boxes, caindo para o último lugar.

O safety car foi acionado para retirar os detritos deixados pelos carros da Ferrari. A corrida foi reiniciada na volta 4. Em nono, Norris se viu desafiado por Lance Stroll (Racing Point). O britânico da McLaren tentou resistir, mas foi ultrapassado pelo canadense, caindo para 10º. Na volta seguinte, Leclerc abandonou a etapa – seu carro ficou danificado após o acidente com Vettel. Assim, em cinco voltas, a Ferrari dava adeus à prova em Spielberg. Na frente, Hamilton passou a colocar vantagem sobre Verstappen, enquanto Valtteri Bottas (Mercedes) assumia o terceiro lugar após superar Sainz. O espanhol da McLaren perderia também o quarto lugar para Albon na volta 8.

No início, Lando não resistiu aos ataques de Stroll (foto) e Pérez: tudo para gerenciar os pneus

No início, Lando não resistiu aos ataques de Stroll (foto) e Pérez: tudo para gerenciar os pneus

Enquanto isso, Sergio Pérez (Racing Point) começava sua corrida de recuperação e já estava em 11º, ameaçando Norris por um lugar na zona de pontuação. Na volta 15, Perez ultrapassou Lando e ingressou no top 10, partindo para cima de Pierre Gasly (AlphaTauri) – o francês havia perdido a posição para Stroll. Checo superou Gasly na volta 18, assumindo o nono lugar. Na volta 22, Norris enfim ganhou uma posição – o piloto da McLaren ultrapassou Gasly e retornou ao top 10. Na volta 27, o britânico subiu para nono com o abandono de Esteban Ocon (Renault).

A partir daí, Norris passou a estender sua permanência na pista, o que acabou sendo um acerto da McLaren. O britânico foi um dos últimos a fazer sua parada, se
aproveitando do bom gerenciamento dos pneus macios. Lando parou apenas na volta 39, sete voltas depois de Sainz. Naquele momento, era o quarto colocado, atrás somente de Hamilton, Verstappen e Bottas. Depois do pit, retornou na 10ª colocação. Calçando pneus médios, ele partiu para a luta. Com a parada de Kimi Raikkonen (Alfa Romeo), na volta 44, Norris recuperou a nona colocação. Naquele instante, estava 7s atrás de Sainz, que teve problemas em sua parada e caiu para oitavo. Com o passar das voltas, Norris reduziu a diferença para Sainz, até que o espanhol não teve outra opção a não ser deixar seu companheiro de equipe passar na volta 62: Lando era o oitavo, e Carlos, o nono.

Lando estendeu sua permanência na pista, visando um fim de corrida forte: tática certeira

Lando estendeu sua permanência na pista, visando um fim de corrida forte: tática certeira

A seis voltas para o fim, Bottas reduziu a diferença de Verstappen para menos de 1 segundo. Os dois batalharam pela posição lado a lado, com Max se segurando à frente. Mas o holandês não resistiu ao finlandês por muito tempo e Valtteri tomou o segundo lugar. Verstappen ainda fez mais uma parada, querendo terminar a corrida com a volta mais rápida, plano frustrado por Sainz, que usou a mesma estratégia. Foi a primeira ‘flying lap’ da carreira do espanhol, que, além de fazer a volta mais rápida, com 1m05s619, bateu o recorde de Spielberg anotado por Kimi Raikkonen, com Ferrari, em 2018.

Duas acirradas disputas aconteciam no final da corrida. Pérez tentava passar Albon pelo quarto lugar, e Stroll brigava com Daniel Ricciardo (Renault) pela sexta colocação. Assim como fez com Sainz, Norris passou a tirar quase meio segundo por volta, se aproximando de Lance. A duas voltas para o fim, Pérez tentou superar Albon e acabou quebrando sua asa dianteira. Mais atrás, Stroll foi com tudo para cima de Ricciardo, e os dois pilotos acabaram saindo da pista. Norris se aproveitou desse duelo e ultrapassou Daniel, subindo para sétimo.

Norris foi o protagonista das voltas finais em Spielberg: quinto lugar só veio nos últimos metros

Norris foi o protagonista das voltas finais em Spielberg: quinto lugar só veio nos últimos metros

Na última volta, Albon não sofria mais a pressão de Pérez, que, com problemas na asa dianteira, perdeu desempenho. Assim, o anglo-tailandês assegurava o quarto lugar. Já Checo via Stroll, Norris e Ricciardo crescerem em seu retrovisor. No início da volta derradeira em Spielberg, Lando perseguia Stroll pelo sexto lugar. Com atitude, o britânico ultrapassou o canadense com tremenda perícia. A partir daí, Norris iniciou uma luta contra o tempo para superar Pérez antes da linha de chegada. Na última curva, o mexicano não resistiu ao ataque final do jovem da McLaren. Lando deu o bote certeiro e terminou em quinto, à frente de Pérez, Stroll e Ricciardo.

“Foi uma corrida muito boa para mim. Provavelmente a melhor corrida que eu fiz na Fórmula 1, já que ritmo de corrida não foi meu forte em 2019 e foi algo que eu trabalhei muito durante o inverno. Ver essas melhorias e ver o quanto eu progredi me dá muita confiança para as próximas corridas”, disse Norris, que também revelou que os analségicos que tomou não duraram a corrida inteira, mas que logo a dor foi anestesiada pela adrenalina das últimas voltas. Na frente, um impecável Hamilton venceu o GP da Estíria, em Spielberg, triunfando pela 85ª vez em sua carreira. Bottas terminou em segundo, e Verstappen completou o pódio.

Para Norris, os resultados de Spielberg foram frutos de um intenso trabalho realizado na pré-temporada de 2020

Para Norris, os bons resultados foram frutos de um intenso trabalho realizado na pré-temporada

* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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Áustria-2020: Norris ‘voa’ na volta final e obtém primeiro pódio

Ao lado de Bottas e Leclerc, Lando Norris celebra o 3º lugar no GP da Áustria de 2020, em Spielberg

Ao lado de Bottas e Leclerc, Lando Norris celebra o 3º lugar no GP da Áustria de 2020, em Spielberg

Por Denise Vilche*
Colaboradora

“Estou muito feliz!”. Assim, um extasiado Lando Norris (McLaren) descreveu a sensação de conquistar um histórico terceiro lugar no GP da Áustria de 2020, realizado no dia 5 de julho, em Spielberg. O britânico estava feliz não só pela equipe, que trabalhou duro para progredir durantes os últimos anos, mas também com ele mesmo. No pódio austríaco, estava um piloto bem diferente daquele que havia feito sua temporada de estreia na Fórmula 1 em 2019. Chegando no final daquele ano, ao ser perguntado se estava feliz com o que tinha conquistado até o momento, Norris fez uma longa pausa e, hesitante, respondeu que “não muito”. Para o jovem piloto, havia muito o que melhorar para 2020, principalmente em fazer valer suas vontades na hora do acerto do carro e de ser mais agressivo contra seus adversários. Se esses eram os pontos a melhorar, o inglês mostrou que fez bem sua lição de casa na etapa austríaca.

Não só o britânico chegou ao circuito de Spielberg mais confiante, como também não deixou se intimidar pelos adversários. Lando batalhou duro contra Sergio Perez (Racing Point), travou uma árdua disputa contra seu próprio companheiro de equipe, Carlos Sainz Jr. (McLaren), e duelou no cronômetro com ninguém menos do que Lewis Hamilton (Mercedes) para cruzar a linha de chegada e assegurar seu primeiro pódio na Fórmula 1, se tornando o 40º piloto britânico a conseguir o feito na categoria máxima do automobilismo.

Norris, à frente de Sainz: comparação inevitável após boa temporada de 2019 do espanhol

Norris, à frente de Sainz: comparação inevitável após boa temporada de 2019 do espanhol

Norris chegava em Spielberg tendo que lutar contra as comparações entre
ele e seu parceiro de McLaren. Em 2019, o inglês terminou a temporada em 11º lugar, com 49 pontos, 47 pontos atrás de Sainz, que anotou 96 pontos e encerrou o ano num excelente sexto lugar. Enquanto os melhores resultados de Lando foram dois sextos lugares – nos GPs do Bahrein, em Sakhir, e da Áustria, em Spielberg -, Carlos conseguiu o quinto lugar em três oportunidades – nos GPs da Alemanha, em Hockenheim, da Hungria, em Hungaroring, e do Japão, em Suzuka. Além disso, o espanhol coroou sua temporada ao conquistar seu primeiro pódio na F1 no GP do Brasil, em Interlagos. Os ótimos resultados de Sainz surtiram efeito ainda antes do início da temporada de 2020 – o madrileno foi anunciado como o novo piloto da Ferrari para 2021, no lugar do alemão Sebastian Vettel.

A transferência para a Scuderia só fez aumentar as comparações entre Carlos e Lando. E isso pôde ser percebido em Spielberg. Na sexta-feira, logo no primeiro treino livre, a McLaren mostrou bom desempenho, com Sainz terminando em quarto, com 1m05s431, e Norris em sexto, com 1m05s512. As Mercedes, com uma pintura preta em sua campanha contra a discriminação e o racismo, começaram dominando as ações, com Lewis Hamilton marcando o melhor tempo, com 1m04s816, seguido de Valtteri Bottas, com 1m05s172. Já a Ferrari, que despontou como principal rival da equipe alemã nos últimos anos, deixou uma má impressão na sessão: Charles Leclerc anotou um tímido 10º tempo, e Sebastian Vettel foi apenas o 12º.

Lando mostrou velocidade no circuito de Spielberg: sempre entre os 10 primeiros nos treinos

Lando mostrou velocidade no circuito de Spielberg: sempre entre os 10 primeiros nos treinos

No segundo treino livre, Lando voltou a anotar o sexto tempo, com 1m05s087. Desta vez, o britânico ficou à frente de Carlos na disputa interna da McLaren – o espanhol ficou com o 10º tempo (1m05s352). Já os dois carros da Mercedes novamente ficaram na frente. E novamente Hamilton bateu Bottas – o inglês fez 1m04s304, contra 1m04s501 do finlandês. A Racing Point, que fez uma boa pré-temporada em Montmeló, em fevereiro, mostrou o seu potencial – Sergio Pérez ficou em terceiro, e Lance Stroll se colocou em sétimo.

No sábado, dia do qualifying, a expectativa era que a McLaren colocasse seus carros no top 10 de Spielberg. Com esse pensamento, Norris e Sainz ingressaram na classificação. E a dupla cumpriu com a missão: tanto Lando como Carlos avançaram para o Q3 na Áustria. Na sessão decisiva, o britânico da McLaren fez uma excelente volta, anotando 1m03s626, conquistando o quarto tempo. Foi a melhor sessão qualificatória do piloto de 20 anos desde a sua estreia na F1. A titulo de comparação, Sainz ficou em oitavo, com 1m03s971 – 0s345 atrás do companheiro do time laranja. À frente de Norris, somente Max Verstappen (Red Bull) e a dupla da Mercedes – Bottas conquistou sua 12ª pole position, com 1m02s939, apenas 0s012 à frente de Hamilton, segundo com 1m02s951.

Norris deu show no qualifying: terceiro lugar no grid veio após punição dada a Hamilton

Norris deu show no qualifying: terceiro lugar no grid veio após punição dada a Hamilton

“Tudo o que aconteceu (no qualifying) nos deixou um pouco surpresos, o que faz tudo ser melhor, de alguma forma. Nós não estávamos focando em ficar no top 5 ou top 6, então eu acho que isso é algo que faz tudo ficar ainda melhor. Eu estou muito feliz por todos nós e por toda a equipe, por começar a temporada assim e ainda sendo também minha melhor posição em classificação”, declarou o britânico após a classificação. Ele ainda se mostrou
cauteloso com o resultado do treino, já que Ferrari e Racing Point teriam um melhor
ritmo de corrida do que a McLaren.

O piloto da McLaren ainda poderia herdar uma posição no grid, já que os comissários
passaram a investigar Hamilton por ter ultrapassado os limites da pista em sua primeira volta lançada no Q3 e por não ter respeitado um trecho em bandeira amarela em sua segunda volta lançada. A primeira volta de Lewis acabou sendo deletada. Quanto à segunda saída, o hexacampeão acabou sendo absolvido pela FIA devido a informações
conflitantes dos fiscais. Porém, já domingo, faltando 1h30 para a largada do GP da Áustria, a Red Bull entrou com pedido de revisão da investigação sobre Hamilton, alegando ter provas de que o piloto da Mercedes teria visto a bandeira amarela. Os comissários voltaram atrás e acabaram punindo Lewis com a perda de três posições no grid – o hexacampeão largaria em quinto, promovendo Verstappen para o segundo lugar e Norris para o terceiro.

Largada do GP da Áustria de 2020: Norris atacou Verstappen, mas se manteve em terceiro

Largada do GP da Áustria de 2020: Norris atacou Verstappen, mas se manteve em terceiro

A corrida

Domingo, 5 de julho de 2020. Após 217 dias de espera, a Fórmula 1 enfim voltava a promover uma corrida – antes do GP da Áustria, em Spielberg, a prova anterior havia sido o GP de Abu Dhabi de 2019, em Yas Marina. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a categoria máxima do automobilismo se viu obrigada a cancelar e adiar etapas de seu calendário original. Assim, um calendário foi feito às pressas para acomodar as oito primeiras provas do ano. Pela primeira vez, uma etapa de abertura  de um Mundial aconteceria em julho. E, também, em solo austríaco. Um novo protocolo foi instituído pela Fórmula 1 e pela FIA. Para evitar a disseminação da Covid-19, não haveria presença de público nas arquibancadas, assim como acabou sendo restringido o acesso dos envolvidos no ‘circo’ – de 8 mil profissionais, entre membros das equipes, fiscais de pista e jornalistas, para aproximadamente 2 mil. O ‘novo normal’ previa testes periódicos, máscaras e distanciamento social, entre outras medidas.’

Em Spielberg, uma outra cena também chamaria a atenção. Ainda antes da corrida, os 20 pilotos se juntaram em protesto contra o racismo. Vestindo camisetas com os dizeres “End Racism” (“Fim do Racismo”, em português), fizeram um minuto de silêncio na pista. A maioria dos pilotos acabou se ajoelhando no grid em sinal de apoio ao movimento “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”, em português). Depois desse momento de mobilização, chegava a hora de partir para a disputa. Para a aguardada abertura do Mundial de 2020.

Norris, à frente de Albon e Hamilton: britânico da McLaren não resistiu ao poderio dos rivais

Norris, à frente de Albon e Hamilton: britânico da McLaren não resistiu ao poderio dos rivais

Em sua melhor posição de largada desde a sua estreia na Fórmula 1, Lando Norris (McLaren) queria mostrar sua capacidade para aqueles que acompanhariam a corrida de casa. Quando as luzes vermelhas se apagaram, o britânico tentou ultrapassar Max Verstappen (Red Bull), o segundo no grid, mas um problema na troca de marchas o fez perder o duelo. Mesmo assim, Norris se manteve em terceiro, atrás somente do holandês e do pole Valtteri Bottas (Mercedes).

Na terceira volta, Alexander Albon (Red Bull) ultrapassou Norris, fazendo o inglês cair para a quarta posição. Na passagem seguinte, foi a vez de Lewis Hamilton (Mercedes) superar o piloto da McLaren, que caiu para a quinta colocação. Na volta 11, Verstappen abandonou após problemas eletrônicos em seu Red Bull. Dessa forma, Lando recuperou a quarta colocação, atrás de Bottas, Hamilton e Albon.

Estratégia foi fundamental para manter Norris entre os primeiros na etapa austríaca

Estratégia foi fundamental para manter Norris entre os primeiros na etapa austríaca

As posições principais seguiram inalteradas até a volta 27, quando o safety car foi acionado para retirar o carro de Kevin Magnussen (Haas) – o dinamarquês sofreu com uma falha nos freios, problema que se repetiu durante todo o fim de semana. Com a bandeira amarela, os pilotos aproveitaram para fazer suas primeiras paradas. Na saída dos boxes, Norris e Sergio Pérez (Racing Point) quase se tocaram, mas o inglês da McLaren conseguiu se manter à frente do mexicano. Na estratégia, todos os pilotos optaram pelos pneus duros, com exceção de Pérez, resolveu colocar pneus médios, o que daria uma vantagem para o latino da Racing Point no recomeço da corrida.

A relargada ocorreu na volta 31, com Bottas mantendo a liderança, seguido de
Hamilton, Albon, Norris e Pérez. Carlos Sainz Jr. (McLaren), que vinha em sétimo, tentou ultrapassar Charles Leclerc (Ferrari), o sexto. Atrás dos dois, estava Sebastian Vettel (Ferrari), que tentou se aproveitar do embate para fazer uma ultrapassagem. A manobra não deu certo e o alemão acabou rodando, caindo para a 15ª colocação. Duas voltas depois, Pérez, com pneus mais aderentes, ultrapassou Norris, que caiu para o quinto lugar. À frente deles, as Mercedes seguiam inalcançáveis, com Bottas em primeiro e Hamilton em segundo, seguidas por Albon, o terceiro colocado.

Norris forçou o ritmo na fase final da corrida: esforço recompensado

Norris forçou o ritmo na fase final da corrida: esforço recompensado

O panorama voltaria a mudar por conta de uma nova entrada do safety car na volta 51, em razão do abandono de George Russell (Williams). Dos seis primeiros, apenas Albon, Norris e Leclerc aproveitaram a bandeira amarela para realizar um novo pit stop – Bottas, Hamilton e Pérez seguiram na pista. Com isso, Albon, em quarto e com pneus macios, poderia ameaçar Checo pelo terceiro lugar. Em quinto, Norris também apostava no desgaste dos pneus da Racing Point do mexicano para ascender na classificação.

A corrida recomeçou na volta 55, mas foi interrompida poucos segundos depois: a Alfa Romeo de Kimi Raikkonen perdeu subitamente a roda dianteira direita e parou na reta de chegada. Antes da entrada do carro de segurança, Albon tentava ultrapassar Perez e Sainz passava por Esteban Ocon (Renault). Os comissários decidiram que o anglo-tailandês da Red Bull estava à frente do mexicano da Racing Point no momento do acionamento do safety car, e Checo foi obrigado a ceder o terceiro lugar para Alex. O mesmo não aconteceu com Sainz, que teve que devolver a posição para Ocon.

Lando lutou contra o cronômetro para derrotar Hamilton: pódio e volta mais rápida

Lando lutou contra o cronômetro para derrotar Hamilton: pódio e volta mais rápida em Spielberg

A nova relargada ocorreu na volta 60. Com pneus mais novos, Albon partiu para cima de Hamilton, que só tinha trocado pneus durante a primeira entrada do safety car. Na disputa, que valia o segundo lugar da etapa austríaca, os dois pilotos acabaram se tocando e Albon caiu para a última colocação. Assim, Pérez recuperou o terceiro lugar e Norris retomou a quarta posição.

Na volta 64, a sete para o fim, Bottas se mantinha na liderança do GP da Áustria, com mais de 2 segundos de vantagem para Hamilton. Nessa passagem, Norris acabou sendo ultrapassado por Leclerc, que assumiu a quarta posição. Além disso, Lando passou a ser
ameaçado por Sainz, que teve algumas boas oportunidades de ultrapassagem. Entretanto, o inglês controlou o ímpeto do espanhol. Na 66, Leclerc superou Pérez, assumindo a terceira posição.

Lando não conteve a alegria após a conquista do pódio em Spielberg

Lando não conteve a alegria após a conquista do pódio em Spielberg

Naquele momento, duas punições fariam Norris entrar na disputa de um inesperado pódio: Perez foi punido com 5 segundos de acréscimo ao seu tempo final de corrida por ter ultrapassado o limite de velocidade no pit lane. A mesma punição foi dada à Hamilton, considerado culpado pelo acidente com Albon. Sem saber da punição aplicada ao piloto da
Mercedes, Norris arriscou e ultrapassou Pérez, assumindo o quarto lugar. Pouco depois, foi a vez de Sainz passar pelo mexicano, que viu seu ritmo cair após o desgaste dos seus pneus.

Nas voltas finais, a disputa se concentrava no cronômetro. Segundo na pista, Hamilton tinha ciência de que perderia a posição para Leclerc. Entretanto, ainda se mantinha em terceiro. Porém, seu ritmo caiu. Era a chance que Lando tanto buscava. Na penúltima volta, a diferença entre Norris e Hamilton era de 6s5. Na abertura da 71ª e última volta, o piloto da McLaren conseguiu diminuir para 5s6, o que ainda o deixaria com o quarto lugar. Na frente, Bottas liderava com folga e cruzou a linha de chegada para vencer o GP da Áustria. Foi a oitava vitória da carreira do finlandês, a primeira liderando de ponta a ponta. Leclerc acabou ficando em segundo. Restava apenas saber quem completaria o pódio. E Lando, em uma volta perfeita (1m07s475), baixou a diferença entre ele e o hexacampeão para 4s802. Foi a melhor volta do GP da Áustria – a primeira volta mais rápida de sua carreira. Graças a ela, Norris se tornou o 212º piloto a subir no pódio na F1.

Norris se tornou o terceiro mais jovem a subir em um pódio na Fórmula 1

Norris se tornou o terceiro mais jovem a subir em um pódio na Fórmula 1

“Eu estou sem palavras. Em alguns momentos durante a corrida, eu pensei que tinha arruinado tudo, eu caí para o quinto lugar faltando algumas voltas para o fim, com o Carlos (Sainz) quase me ultrapassando. Mas eu não desisti, consegui passar o (Sergio) Pérez e acabei no pódio. Eu estou muito feliz e estou orgulhoso da equipe. Comparando onde estávamos alguns anos atrás com o ano passado e agora, eu acredito que é uma conquista muito legal e eu estou orgulhoso de fazer dela”, declarou o britânico após a corrida.

Com 20 anos, 7 meses e 22 dias, Lando se tornou o terceiro piloto mais jovem a conseguir um pódio na Fórmula 1, atrás de Verstappen (o mais jovem, com 18 anos, 7 meses e 15 dias, quando conseguiu sua primeira vitória no GP da Espanha de 2016, em Montmeló) e Stroll (18 anos, 7 meses e 27 dias, quando obteve o terceiro lugar no GP do Azerbaijão de 2017, em Baku). Além disso, tirou de Hamilton o posto de mais jovem piloto britânico a subir no pódio na categoria (tinha 22 anos, 2 meses e 11 dias quando foi terceiro no GP da Austrália de 2007, em Melbourne).

Sainz retribuiu o gesto de Norris após seu pódio em Interlagos-2019: dupla em sintonia

Sainz retribuiu o gesto de Norris após seu pódio em Interlagos-2019: dupla em sintonia

* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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Singapura-2019: melhor do resto, Norris obtém bom 7º lugar

Lando Norris (McLaren) conquistou seis importantes pontos no GP de Singapura de 2019, em Marina Bay

Lando Norris (McLaren) conquistou seis importantes pontos no Circuito Urbano de Marina Bay

Por Denise Vilche*
Colaboradora

Derrotar adversários com equipamentos semelhantes sempre é um feito a ser comemorado. Para se ter uma ideia do equilíbrio do pelotão intermediário, após 14 provas do Mundial de 2019, nove pilotos estavam separados por 16 pontos – Daniel Ricciardo (Renault), oitavo do campeonato, somava 34 pontos, enquanto Kevin Magnussen (Haas), 16º, tinha 18. No GP de Singapura, disputado no dia 22 de setembro, em Marina Bay, quem sobressaiu na “turma do resto” foi Lando Norris (McLaren). O britânico exibiu a consistência necessária para superar seus rivais e terminar a corrida na sétima colocação. Um resultado louvável, principalmente por ter sido obtido em um circuito em que as vantagens são facilmente perdidas devido a costumeira entrada do safety car durante as provas.

O resultado de Marina Bay também encheu Norris de ânimo para a parte final da temporada. Após conquistar o sexto lugar no GP do Bahrein, em Sakhir, o jovem piloto acabou tendo resultados piores do que seu companheiro de McLaren, Carlos Sainz Jr.. A dupla desembarcou em Singapura em situações diferentes no campeonato. Sainz estava em sétimo no Mundial, com 58 pontos, enquanto Lando era apenas o 14º, com 25. O inglês queria reagir na classificação conquistando um bom resultado em Marina Bay. E, para isso, sabia que derrotar Carlos era meio caminho andado para atingir essa meta.

Lando e Carlos Sainz Jr. em Marina Bay: calouro tentava alcançar o ritmo do espanhol nos treinos, mas sem sucesso

Lando e Carlos Sainz: meta do britânico era alcançar o ritmo do espanhol nos treinos em Marina Bay

Mas a tarefa não era fácil para Lando. No primeiro treino livre, na sexta-feira, o inglês anotou 1m42s180, conquistando a oitava melhor marca. Porém, ele viu Sainz imediatamente à sua frente – o espanhol marcou 1m41s966 e ficou em sétimo. A liderança da sessão ficou com Max Verstappen (Red Bull), que fez 1m40s259, contra 1m40s426 de Sebastian Vettel (Ferrari), o segundo colocado. As duas Mercedes vieram em seguida, com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, e Alexander Albon (Red Bull) e Nico Hulkenberg (Renault) completaram o top 6.

No segundo treino livre, Norris ficou novamente atrás de Sainz. O britânico terminou em nono, com 1m40s361, mas Carlos fechou a sessão em sétimo, com 1m40s145. Hamilton foi o mais veloz com 1m38s773, contra 1m38s957 de Verstappen. Vettel terminou em terceiro, seguido de Bottas, Albon e Leclerc.

Norris, atrás de Sainz: novato foi o 10º mais veloz do qualifying, mas herdou nono lugar no grid

Norris, atrás de Sainz: novato foi o 10º mais veloz do qualifying, mas herdou nono lugar no grid

Sábado, dia da definição do grid de largada para o GP de Singapura, Norris traçou duas metas: avançar para o Q3 e enfim ficar à frente de Sainz. Entretanto, na disputa interna da McLaren, Carlos voltou a superar Lando. O espanhol cravou o sétimo tempo, com 1m37s818. Já Lando fez a 10ª marca (1m38s329), mas como Ricciardo foi desclassificado do treino por ter excedido o limite de potência permitido no sistema de recuperação de energia do motor, o inglês herdou a nona posição no grid. Apesar disso, o resultado não deixou o britânico da McLaren feliz. “Tem muitas curvas onde tudo pode desandar, o que eu demonstrei no Q3”, lamentou. Norris ainda postou no Twitter o descontentamento com seu desempenho. “Q1 foi bom, Q2 foi melhor e então, no Q3, eu fui um idiota. Cometi alguns erros estúpidos e depois forcei demais para recompensar o tempo perdido, o que fez tudo ficar ainda pior”.

A pole position do GP de Singapura de 2019 ficou com Charles Leclerc (Ferrari). O monegasco superou os rivais de Mercedes e Red Bull no qualifying com o tempo de 1m36s217. O segundo lugar ficou com Hamilton (1m36s408), enquanto Vettel teve que se conformar com a terceira posição (1m36s437).

Largada do GP de Singapura de 2019, em Marina Bay: Norris completou a volta 1 em sétimo

Largada do GP de Singapura de 2019, em Marina Bay: Norris completou a volta 1 em sétimo

A corrida

Saindo na nona posição em Marina Bay, Lando Norris sabia que precisaria fazer uma boa largada para conquistar um bom resultado na corrida de Singapura. Concentrado, o jovem britânico da McLaren se sustentou à frente de Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) e Kevin Magnussen (Haas). Depois, Norris contou com o incidente que envolveu Carlos Sainz Jr. (McLaren) e Nico Hulkenberg (Renault) para assumir o sétimo lugar. Se por um lado não conseguia acompanhar o ritmo dos pilotos das três principais equipes de 2019 – Ferrari, Mercedes e Red Bull – nas primeiras voltas, por outro o inglês da McLaren colocava uma vantagem de quase três segundos sobre Giovinazzi.

Na frente, os seis primeiros colocados – pela ordem, Charles Leclerc (Ferrari), Lewis Hamilton (Mercedes), Sebastian Vettel (Ferrari), Max Verstappen (Red Bull), Valtteri Bottas (Mercedes) e Alexander Albon (Red Bull) – estavam separados um do outro por 1 segundo ou menos. Dessa maneira, a estratégia de pit stop de cada equipe seria decisiva para o desfecho da corrida. Vettel e Verstappen foram os primeiros do grupo a parar, na volta 19, com Leclerc, Albon e Norris ingressando nos boxes na volta seguinte. As Mercedes pararam mais tarde, com Bottas fazendo sua parada na volta 22 e Hamilton apenas na 26, apesar de ter sido chamado para entrar nos boxes na volta 21.

Em sétimo, Norris logo se impôs diante de Giovinazzi e se consolidou em sétimo

Em sétimo, Norris logo se impôs diante de Giovinazzi e se consolidou em sétimo

Após a janela de paradas, Vettel acabou assumindo a liderança do GP de Singapura, seguido por Leclerc, Verstappen, Hamilton, Bottas e Albon. Norris acabou caindo para oitavo, mas conseguiu recuperar o sétimo lugar após o segundo pit stop de Hulkenberg, na volta 36 – o alemão aproveitou a entrada do safety car para a retirada do carro de George Russell (Williams), que foi tocado por Romain Grosjean (Haas) e acabou no muro.

Mesmo com o safety car, os sete primeiros colocados resolveram não arriscar perderem suas posições e decidiram não fazer mais uma parada, mesmo faltando 25 voltas para o fim. Na relargada, Vettel continuou na liderança, seguido de Leclerc, Verstappen, Hamilton, Bottas, Albon e Norris.

Lando chegou a ser pressionado por Pierre Gasly (Toro Rosso), mas garantiu o top 7

Lando chegou a ser pressionado por Pierre Gasly (Toro Rosso), mas garantiu o top 7

Na volta 43, Sergio Pérez (Racing Point) teve problemas no carro e teve que abandonar, provocando mais um safety car. Na volta 50, apenas duas voltas depois do reinício da corrida, Daniil Kvyat (Toro Rosso) e Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) se tocaram, com o finlandês sendo obrigado a abandonar com a suspensão quebrada. O incidente causou o terceiro safety car da corrida. Após a nova relargada, na volta 52, Norris passou a ser atacado por Pierre Gasly (Toro Rosso), que tinha pneus mais novos. O francês se manteve a menos de um segundo de Lando nas voltas finais, mas não conseguiu superar o piloto da McLaren, que recebeu a bandeirada na sétima posição.

“Eu não acho que poderia ter feito melhor do que o sétimo lugar. É uma pena que o Carlos (Sainz) foi tocado pelo (Nico) Hulkenberg no começo, porque eu acredito que nós dois poderíamos estar nos pontos hoje (domingo). Ao mesmo tempo, do meu lado, foi uma corrida difícil, especialmente nas 10, 15 voltas finais, nas quais eu estava sob um pouco de pressão de (Pierre) Gasly. Eu tive que andar rápido, o que foi divertido, porque durante a corrida, eu estive num ritmo lento”, declarou Lando após o GP de Singapura.

Com o resultado de Marina Bay, Norris passou a somar 31 pontos no Mundial

Com o sétimo lugar, Norris passou a somar 31 pontos no Mundial – mesmo número de Raikkonen

No fim, Vettel venceu em Marina Bay. Foi a primeira vitória do alemão em 2019 – a 53ª de sua carreira -, com um insatisfeito Leclerc em segundo e Verstappen completando o
pódio. Com o resultado, Hamilton continuou na liderança do campeonato, com 296 pontos. Bottas seguiu em segundo, com 231, e Verstappen em terceiro, com 200. Com o sétimo lugar no GP de Singapura, Lando passou a ocupar a 12ª colocação do Mundial, com 31 pontos – o mesmo número de pontos de Raikkonen, o 11º, e a apenas três pontos de Daniel Ricciardo (Renault), o nono.

* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

Publicado em Alfa Romeo, Antonio Giovinazzi, Carlos Sainz Jr., Cingapura, Daniel Ricciardo, Daniil Kvyat, George Russell, Haas, Kevin Magnussen, Kimi Raikkonen, Lando Norris, Marina Bay, McLaren, Nico Hulkenberg, Pierre Gasly, Racing Point, Renault, Romain Grosjean, Sergio Pérez, Toro Rosso, Williams | Publicar um comentário

Hungria-2019: Sainz doma Red Bull de Gasly e celebra 5º lugar

Carlos Sainz Jr. segurou Gasly por mais da metade do GP da Hungria: esforço rendeu novo top 5

Carlos Sainz Jr. segurou Gasly por mais da metade do GP da Hungria: esforço rendeu novo top 5

Por Denise Vilche*
Colaboradora

Carlos Sainz Jr. (McLaren) comemorou com entusiasmo a quinta posição no GP da Hungria, realizado no dia 4 de agosto de 2019, em Hungaroring. O espanhol já tinha conquistado um quinto lugar na etapa anterior – no GP da Alemanha, em Hockenheim-, mas o resultado da etapa húngara teve um gostinho mais especial. Se levarmos em conta que Mercedes, Ferrari e Red Bull dominavam as seis primeiras posições do grid, conseguir segurar a Red Bull de Pierre Gasly e terminar no top 5 foi como uma vitória para Sainz. E, também, uma mostra da melhora da McLaren durante o ano, ainda mais em um circuito que não favorecia a equipe britânica.

Quando desembarcou em Hungaroring, Carlos ocupava um convincente sétimo lugar no Mundial de Pilotos, com 48 pontos. O madrileno tinha 26 a mais do que seu companheiro de McLaren, Lando Norris – o britânico somava 22 pontos. Mas a briga de Sainz no campeonato não era contra Norris. Seu olhar era para o alto: ele estava a apenas sete pontos de Gasly, que fazia uma temporada abaixo das expectativas no cockpit da Red Bull – com 55 pontos, o francês era o sexto no Mundial.

Na sexta, Sainz desafiou a pista molhada de Hungaroring

Na sexta, Sainz desafiou a pista molhada durante o segundo treino livre de Hungaroring: 14º tempo

Na sexta-feira, a McLaren queria fazer valer a condição de quarta força do Mundial. No fim do primeiro treino livre em Hungaroring, a equipe laranja colocou seus pilotos entre os 10 primeiros: Norris ficou em oitavo, com 1m18s531, contra 1m18s702 de Sainz, nono colocado na sessão. Lewis Hamilton (Mercedes) foi o mais rápido, com 1m17s233, seguido por Max Verstappen (Red Bull), que anotou 1m17s398. Atrás do britânico da Mercedes e do holandês da Red Bull, vieram Sebastian Vettel (Ferrari), Pierre Gasly (Red Bull), Kevin Magnussen (Haas), Charles Leclerc (Ferrari) e Nico Hulkenberg (Renault), mostrando que as forças estavam equilibradas na pista húngara.

No segundo treino livre, a chuva acabou sendo fator determinante para o resultado final. Ela até ameaçou dar uma trégua, mas depois voltou a cair forte, impedindo os pilotos de melhorar seus tempos. Quando a pista ainda não estava tão molhada, a Red Bull foi para a pista e assegurou os melhores tempos: Gasly anotou 1m17s854 e foi o mais veloz, seguido por Verstappen, com 1m17s909. As Mercedes de Hamilton e Bottas vieram depois, em terceiro e quarto, respectivamente. Sainz ainda tentou dar uma volta com os pneus para pista seca. Porém, terminou apenas em 14º, com 1m19s398, ficando quatro posições à frente de Norris, que foi 18º, com 1m20s401.

Sainz bem que tentou, mas não conseguiu superar Norris no Q3: diferença foi de 0s052

Sainz bem que tentou, mas não conseguiu superar Norris no Q3: diferença foi de 0s052

No sábado, a expectativa era positiva para o qualifying nos boxes da McLaren. Tanto Sainz quanto Norris estavam otimistas em colocar o time de Woking no Q3 de Hungaroring. A dupla foi para a pista e deu conta do recado: Norris fez um ótimo sétimo tempo, com 1m15s800, batendo Sainz por 0s052 – Carlos fez 1m15s852 e teve que se conformar com a oitava posição no grid. O espanhol, no entanto, comemorou o resultado. “Hoje (sábado) foi um dia positivo para a equipe. Chegando para o fim de semana, nós não tínhamos certeza sobre o desempenho do carro nesta pista, mas nós conseguimos tomar as decisões certas com o acerto do carro e colocamos os dois carros no Q3 num circuito difícil”, declarou. 

Já na disputa pela pole position do GP da Hungria, Verstappen desencantou e anotou a sua primeira pole na Fórmula 1. Max se tornou o primeiro holandês a conseguir tal feito. Além disso, foi o 100º piloto a conquistar uma pole na categoria. Na fase decisiva do treino, o piloto da Red Bull fez 1m14s572 e superou Bottas por 0s012 – o finlandês anotou 1m14s584. Hamilton ficou em terceiro, seguido por Leclerc e Vettel.

Largada frenética do GP da Hungria de 2019: Sainz saltou de oitavo para sexto

Largada frenética do GP da Hungria de 2019: Sainz saltou de oitavo para sexto

A corrida

Ocupando a quarta fila do GP da Hungria de 2019, Lando Norris e Carlos Sainz Jr. almejavam fazer uma boa largada em Hungaroring para se consolidar a McLaren na luta pelos pontos. Quando as luzes vermelhas se apagaram, o espanhol se aproveitou da péssima saída de Pierre Gasly (Red Bull). Além disso, ganhou a posição de Norris, saltando do oitavo para o sexto lugar. O britânico também superou Gasly, se mantendo na sétima colocação. Na frente, Max Verstappen (Red Bull), Lewis Hamilton (Mercedes) e Valtteri Bottas (Mercedes) ficaram lado a lado na primeira curva, com o holandês, que estava pelo lado de dentro, conservando a primeira posição. Hamilton ganhou a segunda posição, enquanto Bottas ainda perderia a terceira colocação para Charles Leclerc (Ferrari) durante a primeira volta.

Com a asa dianteira quebrada na disputa com Leclerc, Bottas teve que parar nos boxes na quinta volta e Sainz acabou herdando o quinto lugar. Já Valtteri voltou na última colocação e precisou escalar o pelotão para retornar às primeiras posições. O que o finlandês não esperava era encontrar uma disputa acirrada com Daniel Ricciardo (Renault). Outra disputa acirrada aconteceu na volta 18, entre os dois carros da Toro Rosso. Por cinco curvas, Alexander Albon e Daniil Kvyat andaram lado a lado. No fim, o anglo-tailandês escapou da pista e perdeu a 12ª posição para o russo.

Problema de Bottas fez com que Sainz herdasse a quinta posição: desempenho convincente

Problema de Bottas fez com que Sainz herdasse a quinta posição: desempenho convincente

Na frente, Verstappen continuava na liderança, seguido por Hamilton, Leclerc, Vettel e Sainz. Naquele momento, Max passava a reclamar da falta de aderência nos pneus, mas a Red Bull precisava que o holandês continuasse na pista para não perder a posição para Hamilton nos boxes. O britânico da Mercedes, ao contrário, dizia que os pneus ainda estavam bons e podia se manter na pista por mais tempo. Na volta 24, a diferença entre os dois primeiros colocados era de cerca de um segundo. Na 25, Verstappen fez sua parada e conseguiu voltar em segundo, à frente de Leclerc. Na 30, Sainz realizou seu único pit stop programado, voltando à pista em quinto – mas com Gasly em seus calcanhares.

Naquele instante, todos os olhos se voltaram para Hamilton, que precisava abrir uma vantagem suficiente para voltar à frente de Verstappen. Na volta 31, Lewis fez sua parada, mas um problema durante o pit stop fez com que voltasse na segunda colocação. Com pneus mais novos, o britânico da Mercedes logo diminuiu a diferença entre ele e Verstappen para menos de um segundo. Na volta 39, Hamilton e Verstappen chegaram para aplicar uma volta em Ricciardo. Lewis se aproveitou do momento para tentar superar Max. O duelo foi eletrizante: os dois ficaram se revezando na liderança por algumas curvas, até que Hamilton acabou saindo da pista e deixando Verstappen abrir um pouco de vantagem na frente.

O quinto lugar de Hungaroring foi o segundo consecutivo de Sainz: ele havia sido quinto em Hockenheim

O quinto lugar de Hungaroring foi o segundo consecutivo de Sainz: ele havia sido P5 em Hockenheim

Na volta 48, Lewis fez mais uma parada, voltando mais de 21 segundos atrás da Max. A mudança de estratégia da Mercedes foi precisa. Com pneus mais novos, Hamilton começou a diminuir a diferença e, com cinco voltas para o fim, o britânico estava a menos de dois segundos de Verstappen. Na volta seguinte, a diferença caiu para menos de meio segundo. Quando os dois abriram a volta 67, Hamilton aproveitou a reta para fazer a ultrapassagem sobre Verstappen e assumir a liderança. Com bastante vantagem sobre Leclerc e Vettel, Max acabou parando nos boxes logo em seguida. Aliás, o duelo interno da Ferrari foi decidido na base da estratégia. Com pneus mais novos, Vettel conseguiu se aproximar de Leclerc e, com duas voltas para o fim, ultrapassou o monegasco e assumiu o terceiro lugar.

Com 18 segundos de vantagem, Hamilton cruzou a linha de chegada e venceu o GP da Hungria pela sétima vez em sua carreira. Verstappen chegou em segundo e Vettel completou o pódio. Sainz, por sua vez, segurou a pressão de Gasly por mais da metade da corrida de Hungaroring e garantiu mais um top 5. “Meu segundo quinto lugar consecutivo, o que eu acho que nunca consegui na minha vida, por isso eu estou muito feliz, especialmente com esse. Eu não sei porquê, mas a sensação é melhor do que quando eu consegui em Hockenheim”, disse Carlos após a etapa, declarando que ter segurado Gasly por tanto tempo e ainda ter terminado na frente da Mercedes de Bottas fez o resultado ser mais especial.

Com o resultado de Hungaroring, Sainz reduziu para cinco a diferença entre ele e Gasly no duelo pelo 6º lugar do Mundial

Sainz reduziu para cinco pontos a diferença entre ele e Gasly no duelo pelo 6º lugar do Mundial

E o melhor: além de se consolidar em sétimo no Mundial, com 58 pontos, Sainz conseguiu diminuir a diferença em relação a Gasly – com a sexta posição, o francês passou a somar 63 pontos no Mundial, apenas cinco à frente do espanhol da McLaren.

* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)

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