
Lando Norris (McLaren) conquistou seis importantes pontos no Circuito Urbano de Marina Bay
Por Denise Vilche*
Colaboradora
Derrotar adversários com equipamentos semelhantes sempre é um feito a ser comemorado. Para se ter uma ideia do equilíbrio do pelotão intermediário, após 14 provas do Mundial de 2019, nove pilotos estavam separados por 16 pontos – Daniel Ricciardo (Renault), oitavo do campeonato, somava 34 pontos, enquanto Kevin Magnussen (Haas), 16º, tinha 18. No GP de Singapura, disputado no dia 22 de setembro, em Marina Bay, quem sobressaiu na “turma do resto” foi Lando Norris (McLaren). O britânico exibiu a consistência necessária para superar seus rivais e terminar a corrida na sétima colocação. Um resultado louvável, principalmente por ter sido obtido em um circuito em que as vantagens são facilmente perdidas devido a costumeira entrada do safety car durante as provas.
O resultado de Marina Bay também encheu Norris de ânimo para a parte final da temporada. Após conquistar o sexto lugar no GP do Bahrein, em Sakhir, o jovem piloto acabou tendo resultados piores do que seu companheiro de McLaren, Carlos Sainz Jr.. A dupla desembarcou em Singapura em situações diferentes no campeonato. Sainz estava em sétimo no Mundial, com 58 pontos, enquanto Lando era apenas o 14º, com 25. O inglês queria reagir na classificação conquistando um bom resultado em Marina Bay. E, para isso, sabia que derrotar Carlos era meio caminho andado para atingir essa meta.

Lando e Carlos Sainz: meta do britânico era alcançar o ritmo do espanhol nos treinos em Marina Bay
Mas a tarefa não era fácil para Lando. No primeiro treino livre, na sexta-feira, o inglês anotou 1m42s180, conquistando a oitava melhor marca. Porém, ele viu Sainz imediatamente à sua frente – o espanhol marcou 1m41s966 e ficou em sétimo. A liderança da sessão ficou com Max Verstappen (Red Bull), que fez 1m40s259, contra 1m40s426 de Sebastian Vettel (Ferrari), o segundo colocado. As duas Mercedes vieram em seguida, com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, e Alexander Albon (Red Bull) e Nico Hulkenberg (Renault) completaram o top 6.
No segundo treino livre, Norris ficou novamente atrás de Sainz. O britânico terminou em nono, com 1m40s361, mas Carlos fechou a sessão em sétimo, com 1m40s145. Hamilton foi o mais veloz com 1m38s773, contra 1m38s957 de Verstappen. Vettel terminou em terceiro, seguido de Bottas, Albon e Leclerc.

Norris, atrás de Sainz: novato foi o 10º mais veloz do qualifying, mas herdou nono lugar no grid
Sábado, dia da definição do grid de largada para o GP de Singapura, Norris traçou duas metas: avançar para o Q3 e enfim ficar à frente de Sainz. Entretanto, na disputa interna da McLaren, Carlos voltou a superar Lando. O espanhol cravou o sétimo tempo, com 1m37s818. Já Lando fez a 10ª marca (1m38s329), mas como Ricciardo foi desclassificado do treino por ter excedido o limite de potência permitido no sistema de recuperação de energia do motor, o inglês herdou a nona posição no grid. Apesar disso, o resultado não deixou o britânico da McLaren feliz. “Tem muitas curvas onde tudo pode desandar, o que eu demonstrei no Q3”, lamentou. Norris ainda postou no Twitter o descontentamento com seu desempenho. “Q1 foi bom, Q2 foi melhor e então, no Q3, eu fui um idiota. Cometi alguns erros estúpidos e depois forcei demais para recompensar o tempo perdido, o que fez tudo ficar ainda pior”.
A pole position do GP de Singapura de 2019 ficou com Charles Leclerc (Ferrari). O monegasco superou os rivais de Mercedes e Red Bull no qualifying com o tempo de 1m36s217. O segundo lugar ficou com Hamilton (1m36s408), enquanto Vettel teve que se conformar com a terceira posição (1m36s437).

Largada do GP de Singapura de 2019, em Marina Bay: Norris completou a volta 1 em sétimo
A corrida
Saindo na nona posição em Marina Bay, Lando Norris sabia que precisaria fazer uma boa largada para conquistar um bom resultado na corrida de Singapura. Concentrado, o jovem britânico da McLaren se sustentou à frente de Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) e Kevin Magnussen (Haas). Depois, Norris contou com o incidente que envolveu Carlos Sainz Jr. (McLaren) e Nico Hulkenberg (Renault) para assumir o sétimo lugar. Se por um lado não conseguia acompanhar o ritmo dos pilotos das três principais equipes de 2019 – Ferrari, Mercedes e Red Bull – nas primeiras voltas, por outro o inglês da McLaren colocava uma vantagem de quase três segundos sobre Giovinazzi.
Na frente, os seis primeiros colocados – pela ordem, Charles Leclerc (Ferrari), Lewis Hamilton (Mercedes), Sebastian Vettel (Ferrari), Max Verstappen (Red Bull), Valtteri Bottas (Mercedes) e Alexander Albon (Red Bull) – estavam separados um do outro por 1 segundo ou menos. Dessa maneira, a estratégia de pit stop de cada equipe seria decisiva para o desfecho da corrida. Vettel e Verstappen foram os primeiros do grupo a parar, na volta 19, com Leclerc, Albon e Norris ingressando nos boxes na volta seguinte. As Mercedes pararam mais tarde, com Bottas fazendo sua parada na volta 22 e Hamilton apenas na 26, apesar de ter sido chamado para entrar nos boxes na volta 21.

Em sétimo, Norris logo se impôs diante de Giovinazzi e se consolidou em sétimo
Após a janela de paradas, Vettel acabou assumindo a liderança do GP de Singapura, seguido por Leclerc, Verstappen, Hamilton, Bottas e Albon. Norris acabou caindo para oitavo, mas conseguiu recuperar o sétimo lugar após o segundo pit stop de Hulkenberg, na volta 36 – o alemão aproveitou a entrada do safety car para a retirada do carro de George Russell (Williams), que foi tocado por Romain Grosjean (Haas) e acabou no muro.
Mesmo com o safety car, os sete primeiros colocados resolveram não arriscar perderem suas posições e decidiram não fazer mais uma parada, mesmo faltando 25 voltas para o fim. Na relargada, Vettel continuou na liderança, seguido de Leclerc, Verstappen, Hamilton, Bottas, Albon e Norris.

Lando chegou a ser pressionado por Pierre Gasly (Toro Rosso), mas garantiu o top 7
Na volta 43, Sergio Pérez (Racing Point) teve problemas no carro e teve que abandonar, provocando mais um safety car. Na volta 50, apenas duas voltas depois do reinício da corrida, Daniil Kvyat (Toro Rosso) e Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) se tocaram, com o finlandês sendo obrigado a abandonar com a suspensão quebrada. O incidente causou o terceiro safety car da corrida. Após a nova relargada, na volta 52, Norris passou a ser atacado por Pierre Gasly (Toro Rosso), que tinha pneus mais novos. O francês se manteve a menos de um segundo de Lando nas voltas finais, mas não conseguiu superar o piloto da McLaren, que recebeu a bandeirada na sétima posição.
“Eu não acho que poderia ter feito melhor do que o sétimo lugar. É uma pena que o Carlos (Sainz) foi tocado pelo (Nico) Hulkenberg no começo, porque eu acredito que nós dois poderíamos estar nos pontos hoje (domingo). Ao mesmo tempo, do meu lado, foi uma corrida difícil, especialmente nas 10, 15 voltas finais, nas quais eu estava sob um pouco de pressão de (Pierre) Gasly. Eu tive que andar rápido, o que foi divertido, porque durante a corrida, eu estive num ritmo lento”, declarou Lando após o GP de Singapura.

Com o sétimo lugar, Norris passou a somar 31 pontos no Mundial – mesmo número de Raikkonen
No fim, Vettel venceu em Marina Bay. Foi a primeira vitória do alemão em 2019 – a 53ª de sua carreira -, com um insatisfeito Leclerc em segundo e Verstappen completando o
pódio. Com o resultado, Hamilton continuou na liderança do campeonato, com 296 pontos. Bottas seguiu em segundo, com 231, e Verstappen em terceiro, com 200. Com o sétimo lugar no GP de Singapura, Lando passou a ocupar a 12ª colocação do Mundial, com 31 pontos – o mesmo número de pontos de Raikkonen, o 11º, e a apenas três pontos de Daniel Ricciardo (Renault), o nono.
* Sobre Denise Vilche: “Formada em jornalismo, vi a oportunidade perfeita de unir minha formação com a minha paixão pela F1. Conhecida por meus colegas como ‘a que gosta de corridas’, escrevi sobre automobilismo durante três anos para o extinto site ‘Canal da Velocidade’”.
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(Texto com supervisão do Contos da Fórmula 1)